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segunda-feira, março 04, 2024

Saladino morreu há 831 anos...

Túmulo de Saladino em Damasco


Nácer Salá Adim Iúçufe ibne Aiube (Tikrit, circa1138 - Damasco, 4 de março de 1193), melhor conhecido como Saladino (em latim: Saladinus), foi um chefe militar curdo muçulmano que se tornou sultão do Egito e da Síria e liderou a oposição islâmica aos cruzados europeus no Levante. No auge de seu poder, o seu domínio estendia-se pelo Egito, Palestina, Síria, Iraque, Iémem e pelo Hejaz. Foi responsável pela reconquista de Jerusalém ao Reino de Jerusalém, após a sua vitória na Batalha de Hattin e, como tal, tornou-se uma figura emblemática na cultura curda, árabe, persa, turca e islâmica em geral. Saladino, adepto do islamismo sunita, tornou-se célebre entre os cronistas cristãos da época, pela sua conduta cavalheiresca, especialmente nos relatos sobre o cerco de Kerak em Moabe, e apesar de ser a némesis dos cruzados, conquistou o respeito de muitos deles, incluindo Ricardo Coração de Leão. Longe de se tornar uma figura odiada na Europa, tornou-se um exemplo célebre dos princípios da cavalaria medieval.

 

in Wikipédia

sábado, outubro 21, 2023

Lisboa foi reconquistada há 876 anos

O Cerco de Lisboa, visto por Roque Gameiro

O Cerco de Lisboa teve início a 1 de julho de 1147 e durou até 21 de outubro, integrou a reconquista cristã da península Ibérica, culminando na conquista desta cidade aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112 - 1185) com o auxílio dos Cruzados que se dirigiam para o Médio Oriente, mais propriamente para a Terra Santa. Foi o único sucesso da Segunda Cruzada.
Após a queda de Edessa, em 1144, o Papa Eugénio III convocou uma nova cruzada para 1145 e 1146. O Papa ainda autorizou uma cruzada para a Península Ibérica, embora esta fosse uma guerra desgastante de já vários séculos, desde a derrota dos Mouros em Covadonga, em 718. Nos primeiros meses da Primeira Cruzada em 1095, já o Papa Urbano II teria pedido aos cruzados ibéricos (futuros portugueses, castelhanos, leoneses, aragoneses, etc.) que permanecessem na sua terra, já que a sua própria guerra era considerada tão valente como a dos Cruzados, em direção a Jerusalém. Eugénio reiterou a decisão, autorizando Marselha, Pisa, Génova e outras grandes cidades mediterrânicas a participar na guerra da Reconquista.
A 19 de maio zarparam os primeiros contingentes de Cruzados de Dartmouth, Inglaterra, constituídos por flamengos, normandos, ingleses, escoceses e alguns cruzados germanos. Segundo Odo de Deuil, perfaziam no total 164 navios — valor este provavelmente aumentado progressivamente até à chegada a Portugal. Durante esta parte da cruzada, não foram comandados por nenhum príncipe ou rei; a Inglaterra estava em pleno período da chamada Anarquia. Assim, a frota era dirigida por Arnold III de Aerschot (sobrinho de Godofredo de Louvaina), Christian de Ghistelles, Henry Glanville (condestável de Suffolk), Simon de Dover, Andrew de Londres e Saher de Archelle.
A armada chegou à cidade do Porto a 16 de junho, sendo convencidos pelo bispo do Porto, Pedro II Pitões, a tomarem parte nessa operação militar. Após a conquista de Santarém (1147), sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o sul, sobre Lisboa.
As forças portuguesas avançaram por terra, as dos cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, ferindo-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa. Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.
Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas se passavam em surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projéteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos aumentando de parte a parte.
No início de outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve. Diante dessa situação, na iminência de um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 20 de outubro.
Entretanto, somente no dia seguinte, o soberano e suas forças entrariam na cidade, nesse meio tempo violentamente saqueada pelos cruzados.
Decorrente deste cerco surgem os episódios lendários de Martim Moniz, que teria perecido pela vitória dos cristãos, e da ainda mais lendária batalha de Sacavém.
Alguns dos cruzados estabeleceram-se na cidade, de entre os quais se destaca Gilbert de Hastings, eleito bispo de Lisboa.
Após a rendição, uma epidemia de peste assolou a região, fazendo milhares de vitimas entre a população.
Lisboa tornar-se-ia a capital de Portugal em 1255.
    

segunda-feira, outubro 02, 2023

Jerusalém caiu há 836 anos...

Balião entrega a cidade de Jerusalém a Saladino
     
O Cerco de Jerusalém foi uma decisiva batalha travada pelo controle de Jerusalém, entre 20 de setembro a 2 de outubro de 1187, quando os homens de Balião de Ibelin se renderam e entregaram a cidade a Saladino, um poderoso sultão árabe. Esta derrota para os cristãos assinalou o fim do primeiro Reino de Jerusalém. A Europa respondeu em 1189 lançando mais uma expedição militar, a Terceira Cruzada, liderada por Ricardo I de Inglaterra, Filipe II de França e por Frederico I, Sacro Imperador Romano-Germânico (cada um destes liderando incursões separadas).
    

 


Chris de Burgh - Crusader

"What do I do next?" said the Bishop to the Priest,
"I have spent my whole life waiting, preparing for the Feast,
And now you say Jerusalem has fallen and is lost,
The King of Heathen Saracen has seized the Holy Cross;"

Then the Priest said "Oh my Bishop, we must put them to the sword,
For God in all His mercy will find a just reward,
For the Noblemen and sinners, and Knights of ready hand
Who will be the Lord's Crusader, send word through all the land,

Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,"

"tell me what to do," said the King upon his throne,
"But speak to me in whispers, for we are not alone,
They tell me that Jerusalem has fallen to the hand
Of some bedevilled Eastern heathen who has seized the Holy Land;"

Then the Chamberlain said "Lord, we must call upon our foes
In Spain and France and Germany to end our bitter wars,
All Christian men must be as one and gather for the fight,
You will be their leader, begin the Battle cry,

Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,

Ooh, high on a hill, in the town of Jerusalem,
There stood Saladin, the King of the Saracens,
Whoring and drinking and snoring and sinking, around him his army lay,
Secure in the knowledge he had won the day;

A messenger came, blood on his feet and a wound in his chest,
"The Christians are coming!" he said, "I have seen their Cross in the West,"
In a rage Saladin struck him down with his knife,
And he said "I know that this man lies,
They quarrel too much, the Christians could never unite!

I am invincible, I am the King,
I am invincible, and I will win..."


Closer they came, the army of Richard Lionheart,
Marching by day and night, with soldiers from every part,
And when the Crusaders came over the mountain and they saw Jerusalem,
They fell to their knees and prayed for her release;

They started the battle at dawn, taking the city by storm,
With horsemen and bowmen and engines of war,
They broke through the city walls,
The Heathens were flying and screaming and dying,
And the Christian swords were strong,
And Saladin ran when he heard their victory song;

"We are invincible, God is the King,
We are invincible, and we will win!"

"What do I do now?" said the Wise man to the Fool,
"I have spent my whole life searching, to find the Golden Rule,
Though centuries have disappeared, the memory still remains;
Of those enemies together, could it be that way again?"

Then the Fool said "Oh you Wise men, you really make me laugh,
With your talk of vast persuasion and searching through the past,
There is only greed and evil in the men who fight today,
The Song of the Crusader has long since gone away,

Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem."

sexta-feira, setembro 08, 2023

Ricardo Coração de Leão nasceu há 866 anos

  

Ricardo I (Oxford, 8 de setembro de 1157Châlus, 6 de abril de 1199), também conhecido como Ricardo Coração de Leão, pela sua grande reputação como guerreiro e líder militar, foi o Rei da Inglaterra de 6 de julho de 1189 até 6 de abril de 1199. Também foi Duque da Normandia, Aquitânia e Gasconha, Senhor do Chipre, Conde de Anjou, Maine e Nantes e suserano da Bretanha em vários momentos durante o mesmo período. Foi o terceiro filho do rei Henrique II de Inglaterra e da rainha Leonor da Aquitânia.

Aos dezasseis anos, Ricardo comandou seu próprio exército, acabando com rebeliões contra o seu pai em Poitou. Ele foi o principal comandante cristão durante a Terceira Cruzada, liderando a campanha depois da saída de Filipe II de França, conseguindo consideráveis vitórias contra Saladino, o líder muçulmano, mesmo não tendo conseguido conquistar Jerusalém.

Ricardo falava a língua de oïl, um dialeto francês, e a língua occitana, uma língua falada no sul da França e nas regiões próximas. Ele viveu no Ducado da Aquitânia e passou pouquíssimo tempo na Inglaterra, preferindo usar o seu reino como uma fonte de rendimentos para apoiar os seus exércitos. Era visto por seus súbditos como um herói piedoso. Ricardo permanece até hoje como um dos poucos reis ingleses mais lembrados pelo epíteto do que pelo número régio, sendo uma grande figura icónica na Inglaterra e França. 

   


sábado, março 04, 2023

Saladino morreu há 830 anos

  
Nácer Salá Adim Iúçufe ibne Aiube (Tikrit, circa1138 - Damasco, 4 de março de 1193), melhor conhecido como Saladino (em latim: Saladinus), foi um chefe militar curdo muçulmano que se tornou sultão do Egito e da Síria e liderou a oposição islâmica aos cruzados europeus no Levante. No auge de seu poder, o seu domínio estendia-se pelo Egito, Palestina, Síria, Iraque, Iémem e pelo Hejaz. Foi responsável pela reconquista de Jerusalém ao Reino de Jerusalém, após a sua vitória na Batalha de Hattin e, como tal, tornou-se uma figura emblemática na cultura curda, árabe, persa, turca e islâmica em geral. Saladino, adepto do islamismo sunita, tornou-se célebre entre os cronistas cristãos da época pela sua conduta cavalheiresca, especialmente nos relatos sobre o cerco de Kerak em Moabe, e apesar de ser a némesis dos cruzados, conquistou o respeito de muitos deles, incluindo Ricardo Coração de Leão. Longe de se tornar uma figura odiada na Europa, tornou-se um exemplo célebre dos princípios da cavalaria medieval.

Túmulo de Saladino em Damasco


in Wikipédia

sexta-feira, outubro 21, 2022

Lisboa foi reconquistada há 875 anos!

O Cerco de Lisboa, visto por Roque Gameiro

O Cerco de Lisboa teve início a 1 de julho de 1147 e durou até 21 de outubro, integrou a reconquista cristã da península Ibérica, culminando na conquista desta cidade aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112 - 1185) com o auxílio dos Cruzados que se dirigiam para o Médio Oriente, mais propriamente para a Terra Santa. Foi o único sucesso da Segunda Cruzada.
Após a queda de Edessa, em 1144, o Papa Eugénio III convocou uma nova cruzada para 1145 e 1146. O Papa ainda autorizou uma cruzada para a Península Ibérica, embora esta fosse uma guerra desgastante de já vários séculos, desde a derrota dos Mouros em Covadonga, em 718. Nos primeiros meses da Primeira Cruzada em 1095, já o Papa Urbano II teria pedido aos cruzados ibéricos (futuros portugueses, castelhanos, leoneses, aragoneses, etc.) que permanecessem na sua terra, já que a sua própria guerra era considerada tão valente como a dos Cruzados, em direcção a Jerusalém. Eugénio reiterou a decisão, autorizando Marselha, Pisa, Génova e outras grandes cidades mediterrânicas a participar na guerra da Reconquista.
A 19 de maio zarparam os primeiros contingentes de Cruzados de Dartmouth, Inglaterra, constituídos por flamengos, normandos, ingleses, escoceses e alguns cruzados germanos. Segundo Odo de Deuil, perfaziam no total 164 navios — valor este provavelmente aumentado progressivamente até à chegada a Portugal. Durante esta parte da cruzada, não foram comandados por nenhum príncipe ou rei; a Inglaterra estava em pleno período da chamada Anarquia. Assim, a frota era dirigida por Arnold III de Aerschot (sobrinho de Godofredo de Louvaina), Christian de Ghistelles, Henry Glanville (condestável de Suffolk), Simon de Dover, Andrew de Londres e Saher de Archelle.
A armada chegou à cidade do Porto a 16 de junho, sendo convencidos pelo bispo do Porto, Pedro II Pitões, a tomarem parte nessa operação militar. Após a conquista de Santarém (1147), sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o sul, sobre Lisboa.
As forças portuguesas avançaram por terra, as dos cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, ferindo-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa. Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.
Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas se passavam em surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projéteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos aumentando de parte a parte.
No início de outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve. Diante dessa situação, na iminência de um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 20 de outubro.
Entretanto, somente no dia seguinte, o soberano e suas forças entrariam na cidade, nesse meio tempo violentamente saqueada pelos cruzados.
Decorrente deste cerco surgem os episódios lendários de Martim Moniz, que teria perecido pela vitória dos cristãos, e da ainda mais lendária batalha de Sacavém.
Alguns dos cruzados estabeleceram-se na cidade, de entre os quais se destaca Gilbert de Hastings, eleito bispo de Lisboa.
Após a rendição uma epidemia de peste assolou a região fazendo milhares de vitimas entre a população.
Lisboa tornar-se-ia a capital de Portugal em 1255.

quinta-feira, setembro 08, 2022

Ricardo Coração de Leão nasceu há 865 anos

  

Ricardo I (Oxford, 8 de setembro de 1157Châlus, 6 de abril de 1199), também conhecido como Ricardo Coração de Leão pela sua grande reputação como guerreiro e líder militar, foi o Rei da Inglaterra de 6 de julho de 1189 até 6 de abril de 1199. Também foi Duque da Normandia, Aquitânia e Gasconha, Senhor do Chipre, Conde de Anjou, Maine e Nantes e Suserano da Bretanha em vários momentos durante o mesmo período. Foi o terceiro filho do rei Henrique II de Inglaterra e da rainha Leonor da Aquitânia.

Aos dezasseis anos, Ricardo comandou seu próprio exército, acabando com rebeliões contra seu pai em Poitou. Ele foi o principal comandante cristão durante a Terceira Cruzada, liderando a campanha depois da saída de Filipe II de França, conseguindo consideráveis vitórias contra Saladino, o líder muçulmano, mesmo não tendo conseguido conquistar Jerusalém.

Ricardo falava a língua de oïl, um dialeto francês, e occitana, uma língua falada no sul da França e nas regiões próximas. Ele viveu no Ducado da Aquitânia e passou pouquíssimo tempo na Inglaterra, preferindo usar seu reino como uma fonte de renda para apoiar seus exércitos. Era visto por seus súbditos como um herói piedoso. Ricardo permanece até hoje como um dos poucos reis ingleses mais lembrados pelo epíteto do que pelo número régio, sendo uma grande figura icónica na Inglaterra e França. 

   


in Wikipédia

sexta-feira, março 04, 2022

Saladino morreu há 829 anos

  
Nácer Salá Adim Iúçufe ibne Aiube (Tikrit, circa1138 - Damasco, 4 de março de 1193), melhor conhecido como Saladino (em latim: Saladinus), foi um chefe militar curdo muçulmano que se tornou sultão do Egito e da Síria e liderou a oposição islâmica aos cruzados europeus no Levante. No auge de seu poder, o seu domínio estendia-se pelo Egito, Palestina, Síria, Iraque, Iémem e pelo Hejaz. Foi responsável pela reconquista de Jerusalém ao Reino de Jerusalém, após a sua vitória na Batalha de Hattin e, como tal, tornou-se uma figura emblemática na cultura curda, árabe, persa, turca e islâmica em geral. Saladino, adepto do islamismo sunita, tornou-se célebre entre os cronistas cristãos da época pela sua conduta cavalheiresca, especialmente nos relatos sobre o cerco de Kerak em Moabe, e apesar de ser a némesis dos cruzados, conquistou o respeito de muitos deles, incluindo Ricardo Coração de Leão. Longe de se tornar uma figura odiada na Europa, tornou-se um exemplo célebre dos princípios da cavalaria medieval.

Túmulo de Saladino em Damasco


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quinta-feira, outubro 21, 2021

E agora lgo politicamente incorreto - Lisboa foi reconquistada aos mouros há 874 anos...!

 
Cerco de Lisboa por Roque Gameiro
   

O Cerco de Lisboa teve início a 1 de julho de 1147 e durou até 21 de outubro, integrou a Reconquista cristã da Península Ibérica, culminando na conquista desta cidade aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112 - 1185) com o auxílio dos Cruzados que se dirigiam para o Médio Oriente, mais propriamente para a Terra Santa. Foi o único sucesso da Segunda Cruzada.

Após a queda de Edessa, em 1144, o Papa Eugénio III convocou uma nova cruzada para 1145 e 1146. O Papa ainda autorizou uma cruzada para a Península Ibérica, embora esta fosse uma guerra desgastante de já vários séculos, desde a derrota dos Mouros em Covadonga, em 718. Nos primeiros meses da Primeira Cruzada em 1095, já o Papa Urbano II teria pedido aos cruzados ibéricos (futuros portugueses, Castelhanos, Leoneses, Aragoneses, etc.) que permanecessem na sua terra, já que a sua própria guerra era considerada tão valente como a dos Cruzados em direcção a Jerusalém. Eugénio reiterou a decisão, autorizando Marselha, Pisa, Génova e outras grandes cidades mediterrânicas a participar na guerra da Reconquista.

A 19 de maio zarparam os primeiros contingentes de Cruzados de Dartmouth, Inglaterra, constituídos por flamengos, normandos, ingleses, escoceses e alguns cruzados germanos. Segundo Odo de Deuil, perfaziam no total 164 navios — valor este provavelmente aumentado progressivamente até à chegada a Portugal. Durante esta parte da cruzada, não foram comandados por nenhum príncipe ou rei; a Inglaterra estava em pleno período d'A Anarquia. Assim, a frota era dirigida por Arnold III de Aerschot (sobrinho de Godofredo de Louvaina), Christian de Ghistelles, Henry Glanville (condestável de Suffolk), Simon de Dover, Andrew de Londres, e Saher de Archelle.

A armada chegou à cidade do Porto a 16 de junho, sendo convencidos pelo bispo do Porto, Pedro II Pitões, a tomarem parte nessa operação militar. Após a conquista de Santarém (1147), sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o Sul, sobre Lisboa.

As forças portuguesas avançaram por terra, as dos cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, ferindo-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa. Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o a Leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.

Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas se passavam em surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projéteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos aumentando de parte a parte.

No início de outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, bem aguentada pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve. Diante dessa situação, na iminência de um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 20 de outubro.

Entretanto, somente no dia seguinte, o soberano e suas forças entrariam na cidade, sendo saqueada pelos cruzados.

Decorrente deste cerco surgem os episódios lendários de Martim Moniz, que teria perecido pela vitória dos cristãos, e da ainda mais lendária batalha de Sacavém.

Alguns dos cruzados estabeleceram-se na cidade, de entre os quais se destaca Gilbert de Hastings, eleito bispo de Lisboa.

Após a rendição, uma epidemia de peste assolou a região, fazendo milhares de vitimas entre a população.

 

sábado, outubro 02, 2021

Jerusalém caiu há 834 anos...

Balião entrega a cidade de Jerusalém a Saladino, c. 1490
  
O Cerco de Jerusalém foi uma decisiva batalha travada pelo controle de Jerusalém, entre 20 de setembro a 2 de outubro de 1187, quando os homens de Balião de Ibelin renderam a cidade a Saladino, um poderoso sultão árabe. Esta derrota para os cristãos assinalou o fim do primeiro Reino de Jerusalém. A Europa respondeu em 1189 lançando mais uma expedição militar, a Terceira Cruzada, liderada por Ricardo I de Inglaterra, Filipe II de França e por Frederico I, Sacro Imperador Romano-Germânico (cada um destes liderando incursões separadas).

 

 

Chris de Burgh - Crusader

"What do I do next?" said the Bishop to the Priest,
"I have spent my whole life waiting, preparing for the Feast,
And now you say Jerusalem has fallen and is lost,
The King of Heathen Saracen has seized the Holy Cross;"

Then the Priest said "Oh my Bishop, we must put them to the sword,
For God in all His mercy will find a just reward,
For the Noblemen and sinners, and Knights of ready hand
Who will be the Lord's Crusader, send word through all the land,

Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,"

"tell me what to do," said the King upon his throne,
"But speak to me in whispers, for we are not alone,
They tell me that Jerusalem has fallen to the hand
Of some bedevilled Eastern heathen who has seized the Holy Land;"

Then the Chamberlain said "Lord, we must call upon our foes
In Spain and France and Germany to end our bitter wars,
All Christian men must be as one and gather for the fight,
You will be their leader, begin the Battle cry,

Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,

Ooh, high on a hill, in the town of Jerusalem,
There stood Saladin, the King of the Saracens,
Whoring and drinking and snoring and sinking, around him his army lay,
Secure in the knowledge he had won the day;

A messenger came, blood on his feet and a wound in his chest,
"The Christians are coming!" he said, "I have seen their Cross in the West,"
In a rage Saladin struck him down with his knife,
And he said "I know that this man lies,
They quarrel too much, the Christians could never unite!

I am invincible, I am the King,
I am invincible, and I will win..."


Closer they came, the army of Richard Lionheart,
Marching by day and night, with soldiers from every part,
And when the Crusaders came over the mountain and they saw Jerusalem,
They fell to their knees and prayed for her release;

They started the battle at dawn, taking the city by storm,
With horsemen and bowmen and engines of war,
They broke through the city walls,
The Heathens were flying and screaming and dying,
And the Christian swords were strong,
And Saladin ran when he heard their victory song;

"We are invincible, God is the King,
We are invincible, and we will win!"

"What do I do now?" said the Wise man to the Fool,
"I have spent my whole life searching, to find the Golden Rule,
Though centuries have disappeared, the memory still remains;
Of those enemies together, could it be that way again?"

Then the Fool said "Oh you Wise men, you really make me laugh,
With your talk of vast persuasion and searching through the past,
There is only greed and evil in the men who fight today,
The Song of the Crusader has long since gone away,

Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem."

quinta-feira, março 04, 2021

Saladino morreu há 828 anos

  
Nácer Salá Adim Iúçufe ibne Aiube (Tikrit, circa1138 - Damasco, 4 de março de 1193), melhor conhecido como Saladino (em latim: Saladinus), foi um chefe militar curdo muçulmano que se tornou sultão do Egito e da Síria e liderou a oposição islâmica aos cruzados europeus no Levante. No auge de seu poder, o seu domínio se estendia pelo Egito, Palestina, Síria, Iraque, Iémem e pelo Hejaz. Foi responsável por reconquistar Jerusalém ao Reino de Jerusalém, após a sua vitória na Batalha de Hattin e, como tal, tornou-se uma figura emblemática na cultura curda, árabe, persa, turca e islâmica em geral. Saladino, adepto do islamismo sunita, tornou-se célebre entre os cronistas cristãos da época pela sua conduta cavalheiresca, especialmente nos relatos sobre o cerco de Kerak em Moabe, e apesar de ser a némesis dos cruzados, conquistou o respeito de muitos deles, incluindo Ricardo Coração de Leão. Longe de se tornar uma figura odiada na Europa, tornou-se um exemplo célebre dos princípios da cavalaria medieval.

quarta-feira, outubro 21, 2020

Lisboa foi reconquistada há 873 anos

 
Cerco de Lisboa por Roque Gameiro
   

O Cerco de Lisboa teve início a 1 de julho de 1147 e durou até 21 de outubro, integrou a Reconquista cristã da Península Ibérica, culminando na conquista desta cidade aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112 - 1185) com o auxílio dos Cruzados que se dirigiam para o Médio Oriente, mais propriamente para a Terra Santa. Foi o único sucesso da Segunda Cruzada.

Após a queda de Edessa, em 1144, o Papa Eugénio III convocou uma nova cruzada para 1145 e 1146. O Papa ainda autorizou uma cruzada para a Península Ibérica, embora esta fosse uma guerra desgastante de já vários séculos, desde a derrota dos Mouros em Covadonga, em 718. Nos primeiros meses da Primeira Cruzada em 1095, já o Papa Urbano II teria pedido aos cruzados ibéricos (futuros portugueses, Castelhanos, Leoneses, Aragoneses, etc.) que permanecessem na sua terra, já que a sua própria guerra era considerada tão valente como a dos Cruzados em direcção a Jerusalém. Eugénio reiterou a decisão, autorizando Marselha, Pisa, Génova e outras grandes cidades mediterrânicas a participar na guerra da Reconquista.

A 19 de maio zarparam os primeiros contingentes de Cruzados de Dartmouth, Inglaterra, constituídos por flamengos, normandos, ingleses, escoceses e alguns cruzados germanos. Segundo Odo de Deuil, perfaziam no total 164 navios — valor este provavelmente aumentado progressivamente até à chegada a Portugal. Durante esta parte da cruzada, não foram comandados por nenhum príncipe ou rei; a Inglaterra estava em pleno período d'A Anarquia. Assim, a frota era dirigida por Arnold III de Aerschot (sobrinho de Godofredo de Louvaina), Christian de Ghistelles, Henry Glanville (condestável de Suffolk), Simon de Dover, Andrew de Londres, e Saher de Archelle.

A armada chegou à cidade do Porto a 16 de junho, sendo convencidos pelo bispo do Porto, Pedro II Pitões, a tomarem parte nessa operação militar. Após a conquista de Santarém (1147), sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o Sul, sobre Lisboa.

As forças portuguesas avançaram por terra, as dos cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, ferindo-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa. Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o a Leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.

Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas se passavam em surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projéteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos aumentando de parte a parte.

No início de outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve. Diante dessa situação, na iminência de um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 20 de outubro.

Entretanto, somente no dia seguinte, o soberano e suas forças entrariam na cidade, sendo saqueada pelos cruzados.

Decorrente deste cerco surgem os episódios lendários de Martim Moniz, que teria perecido pela vitória dos cristãos, e da ainda mais lendária batalha de Sacavém.

Alguns dos cruzados estabeleceram-se na cidade, de entre os quais se destaca Gilbert de Hastings, eleito bispo de Lisboa.

Após a rendição uma epidemia de peste assolou a região fazendo milhares de vitimas entre a população.

 

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domingo, março 04, 2018

Saladino morreu há 825 anos

Nácer Salá Adim Iúçufe ibne Aiube (circa1138 - 4 de março de 1193), melhor conhecido como Saladino (em latim: Saladinus), foi um chefe militar curdo muçulmano que se tornou sultão do Egito e da Síria e liderou a oposição islâmica aos cruzados europeus no Levante. No auge de seu poder, o seu domínio se estendia pelo Egito, Palestina, Síria, Iraque, Iémem e pelo Hejaz. Foi responsável por reconquistar Jerusalém ao Reino de Jerusalém, após a sua vitória na Batalha de Hattin e, como tal, tornou-se uma figura emblemática na cultura curda, árabe, persa, turca e islâmica em geral. Saladino, adepto do islamismo sunita, tornou-se célebre entre os cronistas cristãos da época pela sua conduta cavalheiresca, especialmente nos relatos sobre o cerco de Kerak em Moabe, e apesar de ser a némesis dos cruzados, conquistou o respeito de muitos deles, incluindo Ricardo Coração de Leão. Longe de se tornar uma figura odiada na Europa, tornou-se um exemplo célebre dos princípios da cavalaria medieval.

sábado, outubro 21, 2017

A conquista de Lisboa foi há 870 anos

Cerco de Lisboa por Roque Gameiro

O Cerco de Lisboa teve início a 1 de julho de 1147 e durou até 21 de outubro, integrou a Reconquista cristã da Península Ibérica, culminando na conquista desta cidade aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112 - 1185) com o auxílio dos Cruzados que se dirigiam para o Médio Oriente, mais propriamente para a Terra Santa. Foi o único sucesso da Segunda Cruzada.
Após a queda de Edessa, em 1144, o Papa Eugénio III convocou uma nova cruzada para 1145 e 1146. O Papa ainda autorizou uma cruzada para a Península Ibérica, embora esta fosse uma guerra desgastante de já vários séculos, desde a derrota dos Mouros em Covadonga, em 718. Nos primeiros meses da Primeira Cruzada em 1095, já o Papa Urbano II teria pedido aos cruzados ibéricos (futuros portugueses, castelhanos, leoneses, aragoneses, etc.) que permanecessem na sua terra, já que a sua própria guerra era considerada tão valente como a dos Cruzados em direcção a Jerusalém. Eugénio reiterou a decisão, autorizando Marselha, Pisa, Génova e outras grandes cidades mediterrânicas a participar na guerra da Reconquista.
A 19 de maio zarparam os primeiros contingentes de Cruzados de Dartmouth, Inglaterra, constituídos por flamengos, normandos, ingleses, escoceses e alguns cruzados germanos. Segundo Odo de Deuil, perfaziam no total 164 navios - valor este provavelmente aumentado progressivamente até à chegada a Portugal. Durante esta parte da cruzada, não foram comandados por nenhum príncipe ou rei; a Inglaterra estava em pleno período d'A Anarquia. Assim, a frota era dirigida por Arnold III de Aerschot (sobrinho de Godofredo de Louvaina), Christian de Ghistelles, Henry Glanville (condestável de Suffolk), Simon de Dover, Andrew de Londres e Saher de Archelle.
A armada chegou à cidade do Porto a 16 de junho, sendo convencidos pelo bispo do Porto, Pedro II Pitões, a tomarem parte nessa operação militar. Após a conquista de Santarém (1147), sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o sul, sobre Lisboa.
As forças portuguesas avançaram por terra, as dos cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, ferindo-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa. Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o a leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.
Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas se passavam em surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projéteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos aumentando de parte a parte.
No início de outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve. Diante dessa situação, na iminência de um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 20 de outubro.
Entretanto, somente no dia seguinte, o soberano e as suas forças entrariam na cidade, nesse meio tempo violentamente saqueada pelos cruzados.
Decorrente deste cerco surgem os episódios lendários de Martim Moniz, que teria perecido pela vitória dos cristãos, e da ainda mais lendária batalha de Sacavém.
Alguns dos cruzados estabeleceram-se na cidade, de entre os quais se destaca Gilbert de Hastings, eleito bispo de Lisboa.
Após a rendição uma epidemia de peste assolou a região, fazendo milhares de vitimas entre a população.
Lisboa tornar-se-ia a capital de Portugal em 1255.

Os cruzados na conquista de Lisboa (1147)
Ora como tivéssemos chegado ao Porto, o bispo com seus clérigos veio ao nosso encontro. O rei achava-se então ausente com o seu exército, lutando contra os mouros. Feitas a todos as saudações conforme o costume da sua gente, disse-nos o bispo que já sabia que nós havíamos de chegar, e na véspera recebera do rei uma carta, em que se dizia isto:
«Afonso, rei de Portugal, a Pedro, bispo do Porto, saúde. Se porventura arribarem aí os navios dos Francos, recebei-os diligentemente com toda a benignidade e doçura e, conforme o pacto que com eles fizerdes de ficarem comigo, vós e quantos o quiserem fazer, como garantia da combinação feita, vinde em sua companhia a ter comigo, junto de Lisboa. Adeus !»
Carta do cruzado inglês Osberno (séc. XII)

segunda-feira, outubro 02, 2017

Jerusalém caiu há 830 anos...

Balião entrega a cidade de Jerusalém a Saladino, c. 1490

O Cerco de Jerusalém foi uma decisiva batalha travada pelo controle de Jerusalém, entre 20 de setembro a 2 de outubro de 1187, quando os homens de Balião de Ibelin renderam a cidade a Saladino, um poderoso sultão árabe. Esta derrota para os cristãos assinalou o fim do primeiro Reino de Jerusalém. A Europa respondeu em 1189 lançando mais uma expedição militar, a Terceira Cruzada, liderada por Ricardo I de Inglaterra, Filipe II de França e por Frederico I, Sacro Imperador Romano-Germânico (cada um destes liderando incursões separadas).

Contexto
O Reino de Jerusalém, que perdurava há quase um século, sofria com disputas internas. O recém coroado rei, Guy de Lusignan, enviou boa parte dos exércitos da cidade para enfrentar as forças de Saladino, Sultão do Egito e Síria. Os dois confrontaram-se na Batalha de Hattin (4 de julho de 1187), que acabou sendo um fracasso humilhante para os cruzados. O exército de Jerusalém fora praticamente destruído ou dispersado, e boa parte da nobreza local, incluindo o Rei Guy, acabou sendo capturada. Em setembro, os muçulmanos já dominavam boa parte das regiões vizinhas de Jerusalém. As tropas de Saladino já assumiram o controle das fortalezas cruzadas em Acre, Nablus, Jafa, Toron, Sídon, Beirute e Ascalão.
Balião, senhor de Ibelin, foi um dos poucos lordes que sobreviveram ou escaparam a captura em Hattin. Ele, e outros sobreviventes, tomaram refúgio em Tiro. Balião contactou Saladino e pediu salvo-conduto para Jerusalém, com o propósito de  ir buscar a sua esposa, Maria Comnena. O Sultão concordou. Contudo, ao chegar na cidade, Heráclio, Patriarca de Jerusalém e arcebispo de Cesareia, e a Rainha Sibila rogaram que ele permanecesse. Balião concordou e começou a planear a defesa da cidade.
A situação de Jerusalém era precária. A cidade transbordava de refugiados da guerra e havia poucos cavaleiros. Balião então promoveu pelo menos 60 escudeiros e jovens soldados ao título de cavaleiro e começou a guardar comida, armas e dinheiro. Saladino também se preparava para a batalha, trazendo reforços do Egito e da Síria. O seu exército era, naquela altura, superior numericamente as forças dos cruzados.
A batalha
Apesar das negociações, ambos os lados se preparavam para a guerra. Saladino exigia a rendição da cidade, mas Balião queria negociar numa posição mais favorável. Em 20 de setembro a cidade já estava completamente cercada. Por dias, os muçulmanos começaram a bombardear Jerusalém com disparos de catapultas e manganelas. Pedras incendiárias cobertas com fogo grego eram disparadas por pesados trabucos. Por pelo menos seis dias, escaramuças se seguiram com poucos resultados. As forças de Saladino investiram diretamente contra os muros da cidade diversas vezes, mas não conseguiram quebrar suas defesas. Os sarracenos então focaram os seus ataques pelo Monte das Oliveiras, numa área pouco protegida. Em 29 de setembro, os muros daquela região cederam. Balião e os defensores cruzados, exauridos pela batalha, não tinham como defender a cidade por muito mais tempo. Em outubro, as negociações recomeçaram. Saladino permitiu que os habitantes da cidade pudessem deixa-la, mediante o pagamento de uma taxa (ou resgate). Balião argumentou que havia pelo menos 20 mil refugiados que não tinham dinheiro o suficiente para pagar o valor. O sultão então concordou em baixar os valores. Mais tarde, mulheres, crianças, velhos e doentes foram permitidos partir sem pagar nada. Ao menos outros milhares de pessoas também foram permitidas evacuar a cidade.
Em 2 de outubro, Balião entregou a Torre de David, o principal ponto de defesa de Jerusalém. No mesmo dia, as últimas caravanas de refugiados deixaram a cidade e as tropas de Saladino entraram na capital do reino. Balião juntou-se a sua esposa em Trípoli. Heráclio, arcebispo da cidade, teria partido levando consigo todos os tesouros e relíquias das igrejas locais. Como parte do acordo firmado com Balião para a rendição de Jerusalém, Saladino permitiu que peregrinos cristão tivessem salvo-conduto para visitar seus locais sagrados na cidade. Quando os cristão conquistaram Jerusalém pela primeira vez em 1099, eles massacraram todos os considerados "infiéis" (não cristãos), resultando em centenas de mortes de inocentes. Temia-se que o sultão também massacrasse os habitantes que não haviam conseguido fugir, contudo Saladino acabou tratando os povos conquistados com surpreendente generosidade.
Enquanto isso, notícias da desastrosa derrota chegaram à Europa. A conquista completa das terras ao redor de Jerusalém só viria no verão de 1187. Planos começaram então a ser feitos para uma nova incursão militar. Em 29 de outubro, antes mesmo que as noticias da queda de Jerusalém chegassem ao continente, o Papa Gregório VIII emitiu uma bula pontifícia (a Audita tremendi), convocando uma nova cruzada. A expedição partiria apenas em 1189, com três contingentes separados, vindos da Inglaterra, da França e da Alemanha. A nova cruzada, contudo, não conseguiu reaver Jerusalém para os cristãos.



Chris de Burgh - Crusader

"What do I do next?" said the Bishop to the Priest,
"I have spent my whole life waiting, preparing for the Feast,
And now you say Jerusalem has fallen and is lost,
The King of Heathen Saracen has seized the Holy Cross;"

Then the Priest said "Oh my Bishop, we must put them to the sword,
For God in all His mercy will find a just reward,
For the Noblemen and sinners, and Knights of ready hand
Who will be the Lord's Crusader, send word through all the land,

Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,"

"tell me what to do," said the King upon his throne,
"But speak to me in whispers, for we are not alone,
They tell me that Jerusalem has fallen to the hand
Of some bedevilled Eastern heathen who has seized the Holy Land;"

Then the Chamberlain said "Lord, we must call upon our foes
In Spain and France and Germany to end our bitter wars,
All Christian men must be as one and gather for the fight,
You will be their leader, begin the Battle cry,

Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,

Ooh, high on a hill, in the town of Jerusalem,
There stood Saladin, the King of the Saracens,
Whoring and drinking and snoring and sinking, around him his army lay,
Secure in the knowledge he had won the day;

A messenger came, blood on his feet and a wound in his chest,
"The Christians are coming!" he said, "I have seen their Cross in the West,"
In a rage Saladin struck him down with his knife,
And he said "I know that this man lies,
They quarrel too much, the Christians could never unite!

I am invincible, I am the King,
I am invincible, and I will win..."


Closer they came, the army of Richard Lionheart,
Marching by day and night, with soldiers from every part,
And when the Crusaders came over the mountain and they saw Jerusalem,
They fell to their knees and prayed for her release;

They started the battle at dawn, taking the city by storm,
With horsemen and bowmen and engines of war,
They broke through the city walls,
The Heathens were flying and screaming and dying,
And the Christian swords were strong,
And Saladin ran when he heard their victory song;

"We are invincible, God is the King,
We are invincible, and we will win!"

"What do I do now?" said the Wise man to the Fool,
"I have spent my whole life searching, to find the Golden Rule,
Though centuries have disappeared, the memory still remains;
Of those enemies together, could it be that way again?"

Then the Fool said "Oh you Wise men, you really make me laugh,
With your talk of vast persuasion and searching through the past,
There is only greed and evil in the men who fight today,
The Song of the Crusader has long since gone away,

Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem is lost,
Jerusalem."