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sábado, abril 13, 2024

Portugal optou por desistir de Macau há 37 anos...

  
A Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau (nome completo e oficial: Declaração Conjunta do Governo da República Portuguesa e do Governo da República Popular da China sobre a Questão de Macau), é um tratado internacional bilateral e é também chamada simplesmente de Declaração Conjunta Luso-Chinesa, foi assinado em Pequim, no dia 13 de abril de 1987, por Aníbal Cavaco Silva, na qualidade de Chefe do Governo da República Portuguesa, e por Zhao Ziyang, na qualidade de Chefe do Governo da República Popular da China.
  
Garantias
Esta Declaração Conjunta estabelece que Macau era um “território chinês sob administração portuguesa” e que a transferência de soberania de Macau para a República Popular da China (RPC) se efetuaria em 20 de dezembro de 1999. Após a transferência de soberania, Macau passaria então a ser uma Região Administrativa Especial chinesa, dotada de um alto grau de autonomia e regida por uma Lei Básica. Neste acordo bilateral, ficaram estabelecidos uma série de compromissos entre Portugal e a China para Macau, entre os quais a garantia de um elevado grau de autonomia como se viu e a conservação das especificidades da RAEM durante 50 anos, sob o princípio de "um país, dois sistemas". Isto incluiu a conservação do seu próprio sistema social, fiscal e económico-financeiro (de carácter capitalista, que difere do sistema socialista da RPC); dos direitos, dos deveres e das liberdades dos seus cidadãos; a sua própria moeda (pataca), o seu próprio sistema de controlo de imigração e de fronteiras e a sua própria polícia. Com tudo isto significando que a Declaração Conjunta continua a produzir efeitos até ao final do referido período de 50 anos, não se esgotando pois com o ato de consumação de transferência de soberania de Portugal para a RPC.
É ainda o garante também de que todos os oficiais e dirigentes políticos de Macau são habitantes permanentes de Macau, e não pessoas e oficiais do aparelho político-administrativo da República Popular da China.
Especifica ainda que o poder público seria separado, tal como na maioria dos sistemas políticos, em três poderes distintas: o executivo (Chefe do Executivo de Macau e o seu Governo), o legislativo (Assembleia Legislativa de Macau) e o judicial (Tribunais).
  

segunda-feira, abril 01, 2024

Mário Viegas deixou-nos há vinte e oito anos...

(imagem daqui)

  

António Mário Lopes Pereira Viegas (Santarém, 10 de novembro de 1948 - Lisboa, 1 de abril de 1996) foi um actor, encenador e declamador português.
Reconhecido como um dos melhores atores da sua geração, despertou para o teatro ainda aluno da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Daí passou para a Escola de Teatro do Conservatório Nacional, tendo a sua estreia profissional no Teatro Experimental de Cascais.
Foi fundador de três companhias teatrais (a última das quais a Companhia Teatral do Chiado) e actuou em Moçambique, Macau, Brasil, Países Baixos e Espanha. Notabilizou-se como encenador, tendo dirigido obras de autores clássicos como Samuel Beckett, Eduardo De Filippo, Anton Tchekov, August Strindberg, Luigi Pirandello ou Peter Shaffer. Pela sua actividade foi distinguido, diversas vezes, pela Casa da Imprensa, pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro e pela Secretaria de Estado da Cultura, que lhe atribuiu o Prémio Garrett (1987). No estrangeiro foi premiado no Festival de Teatro de Sitges (1979), com a peça D. João VI de Hélder Costa, e no Festival Europeu de Cinema Humorístico da Corunha (1978), com filme O Rei das Berlengas de Artur Semedo. O seu último êxito teatral foi a peça Europa Não! Portugal Nunca (1995).

A sua carreira no cinema começou com o filme O Funeral do Patrão (1975, Eduardo Geada). No cinema participou em mais de quinze películas, entre elas O Rei das Berlengas de Artur Semedo (1978), Azul, Azul de José de Sá Caetano (1986), Repórter X de José Nascimento (1987), A Divina Comédia de Manoel de Oliveira (1991), Rosa Negra de Margarida Gil (1992), Sostiene Pereira de Roberto Faenza (1996), onde contracenou com Marcello Mastroianni. Teve uma colaboração regular com José Fonseca e Costa - Kilas, o Mau da Fita (1981), Sem Sombra de Pecado (1983), A Mulher do Próximo (1988) e Os Cornos de Cronos (1991).
Deu-se a conhecer pelos seus recitais de poesia, gravando uma discografia de catorze títulos, com poemas de Fernando Pessoa, Luís de Camões, Cesário Verde, Camilo Pessanha, Jorge de Sena, Ruy Belo, Eugénio de Andrade, Bertolt Brecht, Pablo Neruda, entre outros. Divulgou nomes como Pedro Oom ou Mário-Henrique Leiria. Na televisão contribuiu igualmente para a divulgação da poesia portuguesa, particularmente com duas séries dos programas Palavras Ditas (1984) e Palavras Vivas (1991). Foi colunista do Diário Económico, onde escreveu sobre teatro e humor. Publicou uma autobiografia, intitulada Auto-Photo Biografia (1995).
Em 1995 candidatou-se a deputado, como independente nas listas da União Democrática Popular, e à Presidência da República Portuguesa (também apoiado pela UDP), adotando o slogan O sonho ao poder, e buscando apoio no meio universitário lisboeta.
Recebeu a Medalha de Mérito do Município de Santarém (1993) e o título de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (1994), das mãos de Mário Soares. O seu túmulo está no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. Em 2001 o Museu Nacional do Teatro dedicou-lhe a exposição Um Rapaz Chamado Mário Viegas.
      

 


terça-feira, março 26, 2024

Os auroques estão a voltar a Portugal...

Um dos animais mais importantes da história está a “ressuscitar” em Portugal

 

 

Um dos auroques do gado a ser criado pela Rewilding Europe

 

Bovino pré-histórico desapareceu há quase 500 anos, mas está pouco a pouco a regressar ao Vale do Côa. Não só vem promover a biodiversidade, como pode ser um reforço valioso para o combate de incêndios.

Embora se camufle entre o gado comum das paisagens portuguesas, não o é.

O Programa Tauros, que procura “ressuscitar” o ancestral do gado doméstico através da reprodução dos parentes mais próximos dos auroques originais, está em marcha em Portugal às mãos da Rewilding Europe, uma organização sem fins lucrativos sediada nos Países Baixos, que, juntamente com a Dutch Taurus Foundation, criou um programa em 2013 para trazer o animal de volta à vida.

Já desde o século XIII reduzido a pequenos grupos dispersos na Europa, o auroque desapareceu em 1627, após a morte dos últimos espécimenes na Polónia.

Quando o exército sueco atacou a Polónia em 1655, devastou o reino e saqueou tudo o que pôde. Entre os bens pilhados estava um objeto muito valioso de Sigismundo III Vasa, rei da Polónia: um chifre ornamentado. Em vida, o chifre pertenceu ao último touro auroque.

“Os humanos na Europa têm partilhado a paisagem com auroques há milhares de anos. Houve sempre uma certa admiração em relação a estes animais. Eram até representados na arte paleolítica”, explica à BBC Pedro Prata, líder da equipa da Rewilding Portugal organização privada sem fins lucrativos que quer restaurar as dinâmicas ecológicas naturais ao longo do Vale do Côa.

E é precisamente neste vale que se encontra a maior concentração dessas gravuras paleolíticas ao ar livre do mundo, com idades compreendidas entre 30 mil a 10 mil anos, onde o auroque tem um lugar muito destacado.

O animal, que eventualmente desapareceu precisamente devido à caça, tinha cerca de 1,80 metros de ombro a ombro e mais de três metros de comprimento no caso dos machos, sendo assim muito maior do que o gado atual.

Os caçadores-coletores, viam-se “gregos” para caçar um auroque. Era preciso aprender a caçá-los, coletivamente, e é precisamente por os fazer suar que os autores das gravuras escolheram maioritariamente o auroque para decorar as suas paredes.

“O simbolismo está associado a esta dificuldade na caça”, diz Thierry Aubry, diretor científico da Fundação Côa Parque.

Um dos maiores desafios da equipa Rewilding Portugal, que quer ver este bovino de volta ao terreno, é o ecossistema. A paisagem atual, vítima da intervenção humana e das alterações climáticas, está muito diferente daquela em que os auroques passearam.

Os tauros são grandes transformadores do ecossistema, e não o fazem só no pasto, mas também quando dão fortes pontapés e arranham a vegetação, o que permite a criação de mais áreas abertas.

Trazer estes bovinos de volta é assim, também, um reforço para os bombeiros portugueses. “A prevenção dos incêndios pode passar pela introdução dos grandes bovinos porque estes reduzem a quantidade de combustível”, conclui Aubry.

 

 

in ZAP

segunda-feira, março 25, 2024

Emanuel, o verdadeiro pai da música pimba, faz hoje 67 anos

       
Américo Pinto da Silva Monteiro
(Sabrosa, Covas do Douro, 25 de março de 1957) conhecido artisticamente como Emanuel, é um cantor português.
É um dos mais populares cantores da chamada música pimba, sendo aliás autor do hit "Pimba Pimba", de 1995, a partir do qual o termo passou a ser utilizado para rotular um género específico de música popular em Portugal.
  

 


domingo, março 24, 2024

Marcos Portugal nasceu há 262 anos

     
Marcos António da Fonseca Portugal, conhecido como Marcos Portugal ou Marco Portogallo (Lisboa, 24 de março de 1762 - Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1830) foi um compositor e organista português de música erudita. No seu tempo as suas obras foram conhecidas por toda a Europa, sendo um dos mais famosos compositores portugueses de todos os tempos.
      

 


quarta-feira, março 20, 2024

Henrique Pousão morreu há cento e quarenta anos...

Henrique Pousão (1881), por Rodolfo Amoedo
                
Henrique César de Araújo Pousão (Vila Viçosa, 1 de janeiro de 1859 - Vila Viçosa, 20 de março de 1884), foi um pintor português pertencente a 1 ª geração naturalista.
Tio do poeta João Lúcio, faleceu, com apenas 25 anos, de tuberculose.
Foi o mais inovador pintor português da sua geração, refletindo, na sua obra naturalista, influências de pintores impressionistas, como Pissarro e Manet. Realizou também paisagens que ultrapassam as preocupações estéticas da pintura do seu tempo. Natural de Vila Viçosa, Henrique Pousão faz-se pintor na Academia Portuense de Belas Artes, onde é discípulo de Thadeo Furtado e João Correia.
Bolseiro do Estado, parte para Paris, em 1880, com José Júlio de Sousa Pinto onde é discípulo de Alexandre Cabanel e Yvon. Por razões de saúde, troca a França por Itália: em Nápoles, Capri e Anacapri, executa algumas das suas melhores pinturas, em Roma é sócio dos Círculo dos Artistas e frequenta sessões noturnas de Modelo Vivo.
Considerado um dos maiores da Pintura portuguesa da segunda metade do século XIX, Henrique Pousão desenvolveu toda a sua produção artística em fase de formação. A sua pintura é marcada pelos lugares por que passa.
Em França, revela já a originalidade que, mais tarde, marca a sua obra: um entendimento da luz e da cor, traduzido nas representações das margens do Sena, dos bosques sombrios dos arredores de Paris e em aspetos da aldeia de St. Sauves.
Em Roma, embora adira ao gosto académico, afasta-se do registo mimético e narrativo do naturalismo: num numeroso conjunto de pequenas tábuas, pinta ruas, caminhos, pátios, casas, trechos de paisagens, expressa as formas em grandes massas de cor, em jogos de claro-escuro e de luz-sombra. Em algumas obras, as composições assumem formas sintetizadas - próximas de uma expressão abstrata - caso de exceção na pintura portuguesa da época.
Através da sua obra, é possível traçar o antes e o depois do naturalismo.
  
Cecilia (1882)
   
Esperando o sucesso (1882)
       

sábado, março 16, 2024

Manuel Cargaleiro faz hoje 97 anos

  
Manuel Alves Cargaleiro (Vila Velha de Ródão, 16 de março de 1927) é um pintor e ceramista português.

Pintor e ceramista português, é oriundo da Beira Baixa, onde nasceu em 1927. O seu pai, Manuel, era gestor agrícola, e a mãe, Ermelinda, uma especialista em mantas de retalhos coloridas com formas geométricas variadas (patchwork).

Inscreveu-se na Faculdade de Ciências de Lisboa e chegou a trabalhar num banco, mas frequentava as aulas livres da Academia de Belas-Artes e o atelier de olaria de José Trindade.

Em 1945, inicia as primeiras experiências de modelação de barro, na olaria de José Trindade, no Monte de Caparica.

Em 1946, inscreve-se na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que vem a abandonar para se dedicar às artes plásticas, iniciando-se como ceramista na Fábrica Sant'Anna, em Lisboa.

Em 1949, participa na Primeira Exposição de Cerâmica Moderna organizado por António Ferro, na Sala de Exposições do Secretariado Nacional da Informação. Cultura Popular e Turismo (SNI), no Palácio Foz, em Lisboa.

Em 1950, organiza, com a Comissão Municipal de Turismo do Concelho de Almada, o I Salão de Artes Plásticas da Caparica, em Almada.

Em 1951, participa na Segunda Exposição de Cerâmica Moderna, onde obtém uma menção honrosa.

Em 1952, tem a sua primeira exposição individual, realizada na Sala de Exposições do SNI. Nesse mesmo ano participa na Terceira Exposição de Cerâmica Moderna, onde obtém uma menção honrosa, e na exposição coletiva Mostruário da Arte e da Vida Metropolitana, no âmbito das Comemorações do IV Centenário da Morte de São Francisco Xavier, organizado pela Agência Geral do Ultramar, em Goa.

Em 1953, expõe pintura pela primeira vez no Salão da Jovem Pintura, na Galeria de Março, em Lisboa.

Em 1954, apresenta a exposição individual Cerâmicas de Manuel Cargaleiro, na 24.ª exposição da Galeria de Março, em Lisboa. Nesse mesmo, ano recebe o prémio de artes plásticas Sebastião de Almeida, para ceramistas, atribuído pelo SNI. É ainda em 1954 que inicia a sua atividade como professor de Cerâmica na Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa. É igualmente neste ano conhece Maria Helena Vieira da Silva, Árpád Szenes e Roger Bissière.

Em 1955, dirige os trabalhos de passagem para cerâmica das estações da Via Sacra do Santuário de Fátima, da autoria de Lino António. Nesse mesmo ano, participa na exposição coletiva Fifth International Exhibition of Ceramic Art, no Kiln Club of Washington, em Washington, D.C., e recebe o Diplôme d’Honnneur de l’Académie Internationale de la Céramique (AIC), aquando da sua participação no I Festival International de Céramique, em Cannes. Participa igualmente numa exposição coletiva com Fernando Lemos e Marcelino Vespeira, na Galeria Pórtico, em Lisboa.

Em 1956, participa no Primeiro Salão dos Artistas de Hoje, na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), em Lisboa. Nesse mesmo ano:

Em 1957, recebe uma bolsa do Governo Italiano, por intermédio do Instituto de Alta Cultura, que lhe permite visitar Itália e estudar a arte da cerâmica em Faença, com Giuseppe Liverani, Roma e Florença. Nesse mesmo ano, instala-se em Paris.

Em 1958, recebe uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para a realização de um estágio na Faiencerie de Gien, sob a orientação de Roger Bernard. Nesse mesmo ano:

  • Participa no XVI Concorso nazionale della ceramica: Faenza no Museo Internazionale delle Ceramiche in Faenza (MIC). Oferece peças de cerâmica popular, dois painéis e um vaso de sua autoria para a reconstituição da secção portuguesa do MIC, muito danificado durante a Segunda Guerra Mundial.
  • Participa na III Exposição de Artes Plásticas, no Convento dos Capuchos, em Almada.

Em 1959, adquire um atelier na Rue des Grands-Augustins 19, em Paris, onde passa a residir. Nesse mesmo ano:

  • Participa numa exposição coletiva, com Camille Bryen, Jean Arp e Max Ernst, na Galerie Edouard Loeb, em Paris
  • Participa na exposição Céramiques Contemporaines, no Musée des Beaux-Arts em Ostende, na Bélgica.

Em 1960 participa na I Exposição de Poesia Ilustrada, no Café Dragão Vermelho, Almada. Participa na exposição coletiva Arte Moderna, no Café Dragão Vermelho, Almada. Participa na IV Exposição de Artes Plásticas, no Convento dos Capuchos, em Almada. Participa na exposição da AIC, no Musée Ariana, Genebra, Suíça. Exposição coletiva na Galerie Edouard Loeb, Paris.


  
Estação do Metro de Champs Elysées-Clémenceau
  

quarta-feira, março 06, 2024

O PCP faz hoje 103 anos

  
O Partido Comunista Português (PCP) é um partido político de índole comunista e marxista-leninista. É um dos partidos comunistas mais fortes da Europa Ocidental e o mais antigo partido político português com existência ininterrupta.

O PCP tem deputados na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, onde integra o grupo Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde. Depois da morte do secretário-geral do PCP, Bento Gonçalves, no campo de concentração do Tarrafal, o Partido passou por um período, de 1942 até 1961, sem secretário-geral. Em 1961, é eleito o líder histórico Álvaro Cunhal. Em 1992, é sucedido por Carlos Carvalhas, e em 2004 é Jerónimo de Sousa o escolhido pelo Comité Central para Secretário-Geral do PCP, até 2022, quando é eleito Paulo Raimundo para o cargo.

O Partido foi fundado em 1921, e em 1922 estabeleceu contactos com a Internacional Comunista (Komintern), tornando-se em 1923 a secção Portuguesa do Komintern. Ilegalizado no fim dos anos 1920, o PCP teve um papel fundamental na oposição ao regime ditatorial conduzido por António de Oliveira Salazar e Marcello Caetano. Durante as cinco décadas de ditadura, o PCP participou ativamente na oposição ao regime e era o Partido mais organizado e mais forte da oposição. Foi suprimido constantemente pela polícia política, a PIDE, que obrigou os seus membros a viver clandestinamente, sob a ameaça de serem presos, torturados ou assassinados. A capacidade de adaptar a sua organização à conjuntura política interna e externa, e a capacidade de recuperação de uma organização política sujeita à frequente repressão e violência política, foram importantes fatores que garantiram a sua continuidade. Após a revolução dos cravos, em 1974, os seus 36 membros do Comité Central de então já tinham, em conjunto, cumprido 308 anos de prisão.

Após o fim da ditadura, o Partido tornou-se numa principal força política do novo regime democrático, mantendo o seu «papel de vanguarda ao serviço dos interesses de classe dos trabalhadores, do processo de transformação social, para a superação revolucionária do capitalismo» a assumir o Marxismo-Leninismo como a sua base teórica, a concepção materialista e dialética do mundo como «instrumento de análise e guia para a acção, imprescindível para a interpretação do mundo e para a sua transformação revolucionária», a rutura com a política de direita, a concretização de uma alternativa patriótica e de esquerda e a realização do seu programa de uma «Democracia Avançada com os valores [da revolução] de Abril no futuro de Portugal, o socialismo e o comunismo». O Partido é popular em vastos sectores da sociedade portuguesa, particularmente nas áreas rurais do Alentejo e Ribatejo e áreas industrializadas como Lisboa e Setúbal, onde lidera vários municípios.

O PCP publica o jornal semanário Avante!, fundado em 1931, e a revista bimensal O Militante. A sua ala jovem é a Juventude Comunista Portuguesa, membro da Federação Mundial da Juventude Democrática

 

(...)

 

A data de fundação do PCP, 6 de março de 1921, é data da última de várias reuniões. Pouco depois da fundação do Partido, criou-se também a Juventude Comunista (JC), que estabeleceu imediatamente contactos com a Internacional Comunista Juvenil.

 

domingo, março 03, 2024

António Silva morreu há cinquenta e três anos

   

António Maria da Silva (Lisboa, 15 de agosto de 1886 - Lisboa, 3 de março de 1971) foi um ator português.

De origens humildes, começou a trabalhar cedo, como marçano. Chegou, também, a ser Bombeiro, atingindo o posto de comandante. Concluiu o Curso Geral do Comércio.

Tem a sua formação teatral nos grupos amadores, estreando-se profissionalmente em 1910, no palco do Teatro da Rua dos Condes, em O Novo Cristo de Tolstoi. Contratado pela companhia Alves da Silva, aí participa em peças como O Conde de Monte Cristo ou O Rei Maldito. Vai para o Brasil em 1913, onde permanece até 1921, em digressão com a companhia teatral de António de Sousa. Casa-se com Josefina Silva em 1920. De volta a Portugal, trabalha vários anos consecutivos na Companhia de Teatro Santanella-Amarante, em peças de teatro ligeiro e de revista. Integra ainda as companhias de Lopo Lauer, António de Macedo, Comediantes de Lisboa e Vasco Morgado. É A Canção de Lisboa, de Cottinelli Telmo (1933) que o projeta no cinema e firma a sua popularidade e engenho como ator. Assegura personagens cómicas e dramáticas em mais de trinta películas — As Pupilas do Senhor Reitor (1935), O Pátio das Cantigas (1942), O Costa do Castelo (1943), Amor de Perdição (1943), Camões (1946), O Leão da Estrela (1947), Fado (1948), entre outras.

Foi distinguido, no dia 4 de novembro de 1966, como Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, uma das Antigas Ordens Militares que tem por fim distinguir o mérito literário, científico e artístico, pela Presidência da República Portuguesa.

in Wikipédia

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

Novidades paleontológicas nacionais...

Nova espécie de pterossauro “de tamanho considerável” descoberta em Portugal

 

Reconstrução do Lusognathus almadrava e do seu habitat paleobiológico

 

Uma equipa internacional de investigadores liderada pelo português Octávio Mateus descobriu em Portugal um fóssil de uma nova espécie de pterossauro, a que foi dado o nome de Lusognathus almadrava.

O fóssil, composto por um crânio incompleto e vértebras parciais, foi descoberto em 2018, na Formação Lourinhã, na Praia do Caniçal, no centro-oeste de Portugal, e apresentado num artigo publicado na revista PeerJ.

A espécie, que pertence à subfamília Gnathosaurinae da família Ctenochasmatidae, remonta ao período Jurássico e é a primeira do seu género a ser encontrada em Portugal.

Com uma envergadura estimada superior a 3,6 metros, o Lusognathus almadrava é um dos maiores pterossauros conhecidos e o maior pterossauro gnatosaurino, desafiando conceções anteriores sobre o tamanho dos pterossauros do Jurássico.

O paleontólogo Octávio Mateus, investigador da Universidade Nova de Lisboa e fundador do Museu da Lourinhã, realça a riqueza e diversidade do Jurássico em Portugal, onde outros fósseis de vertebrados como plesiossauros, ictiossauros, mosassauros e dinossauros também foram encontrados.

“A distribuição global conhecida e diversidade dos pterossauros reforça o seu sucesso como grupo, uma vez que são encontrados em todos os continentes - incluindo a Antártida”, diz o paleontólogo português, citado pela Sci News.

No entanto, até agora, o registo fóssil de pterossauros em Portugal tinha sido limitado devido à sua estrutura óssea frágil, tornando esta descoberta notável. “A relativa escassez do seu registo fóssil levanta desafios na compreensão da sua paleobiologia, quando comparados com outros vertebrados”, explica Octávio Mateus.

O pterossauro recém-descoberto habitava um ambiente de lagoa flúvio-deltaica, e os seus robustos dentes sugerem que se alimentava provavelmente de peixe.

A descoberta acrescenta informações críticas à paleobiologia dos pterossauros do Jurássico, especialmente em relação ao seu tamanho.

Embora os pterossauros do Triássico e Jurássico fossem habitualmente considerados menores, com envergadura de cerca de 1,6 a 1,8 metros, novas evidências sugerem que poderiam ter sido maiores do que se pensava anteriormente.

A descobertas oferece mais evidências de que os pterossauros já tinham atingido tamanhos consideráveis no final do Jurássico, possivelmente como uma resposta evolutiva para competir com as aves. Este grande tamanho aponta para um ecossistema próspero e abundante em presas durante este período.

 

in ZAP

domingo, fevereiro 18, 2024

São Teotónio, o primeiro santo português, morreu há 862 anos

  

 São Teotónio (século XV), por Nuno Gonçalves

 

São Teotónio (Ganfei, Valença, 1082 - Coimbra, 18 de fevereiro de 1162) foi um religioso português do século XII, tendo sido canonizado pela Igreja Católica.

Reconhecido por todo o Ocidente, contava-se entre os seus amigos pessoais São Bernardo de Claraval.
 
Estátua de São Teotónio, Valença, Portugal
 
Formado em Teologia e Filosofia em Coimbra e Viseu, tornou-se prior da Sé desta última cidade em 1112. Foi em peregrinação a Jerusalém, e ao regressar quiseram-lhe oferecer o bispado de Viseu, o que recusou.
Tornou-se um dos aliados do jovem infante Afonso Henriques na sua luta contra a mãe, Teresa de Leão, dizendo a lenda que teria chegado a excomungá-la. Mais tarde, seria conselheiro do então já rei D. Afonso I de Portugal.
Entretanto, foi de novo em peregrinação à Terra Santa, onde quis ficar; regressou porém a Portugal (1132), desta feita a Coimbra, onde foi um dos co-fundadores, juntamente com outros onze religiosos, do Mosteiro de Santa Cruz (adotando a regra dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho), do qual se tornou prior. Esta viria a ser uma das mais importantes casas monásticas durante a Primeira Dinastia.
Em 1152, renunciou ao priorado de Santa Cruz; em 1153 Papa Adriano IV quis fazê-lo bispo de Coimbra, o que uma vez mais recusou.
Morreu em 18 de fevereiro de 1162, que é ainda hoje o dia em que é celebrado pela Igreja Católica. Foi sepultado numa capela da igreja monástica que ajudou a fundar, mesmo ao lado do local onde o primeiro rei de Portugal se fez sepultar.
Em 1163, um ano depois da sua morte, o Papa Alexandre III canonizou-o; São Teotónio tornava-se assim o primeiro santo português a subir ao altar, sendo recordado sobretudo por ter sido um reformador da vida religiosa nessa nação nascente que então era Portugal; o seu culto foi espalhado pelos agostinianos um pouco por todo o Mundo. É o santo padroeiro da cidade de Viseu e da respetiva diocese; é ainda padroeiro da vila de Valença, sua terra natal. É também o Santo que dá nome a um importante colégio situado na cidade de Coimbra, o Colégio de São Teotónio.
No concelho de Odemira, a mais extensa freguesia do país recebeu também o nome deste santo. Desta vila, São Teotónio é também o santo padroeiro, sendo as festividades religiosas realizadas anualmente no dia 18 de fevereiro.
 
  

quinta-feira, fevereiro 15, 2024

O jornal Avante! faz hoje 93 anos


 

O Avante! é o jornal oficial do Partido Comunista Português, e iniciou, clandestinamente, a sua publicação a 15 de fevereiro de 1931. O seu lema é «Proletários de todos os países, UNI-VOS!» .

Só o primeiro número foi impresso numa tipografia legal, próxima do Largo de São Paulo, em Lisboa, graças a um estudante do liceu Gil Vicente que convenceu o tipógrafo a imprimir, além de um boletim estudantil, mais umas quantas folhas - o «Avante!». A partir daí e até ao 25 de abril, o jornal foi sempre impresso em tipografias clandestinas. Por altura da apanha da azeitona chegaram a cair jornais «Avante!» das oliveiras em terras alentejanas, uma das muitas formas encontradas para distribuir clandestinamente o órgão central do PCP. O trabalho era todo feito manualmente, por funcionários que pareciam ter uma vida normal. Algumas vezes a perseguição da PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado) resultou na morte dos tipógrafos. No dia 24 de janeiro de 1950, o corpo do funcionário José Moreira deu entrada na morgue com a indicação de que caíra de uma janela, no entanto, o operário vidreiro e responsável pelas tipografias do Jornal «Avante!», foi capturado durante assalto a uma casa clandestina do PCP em Vila do Paço e torturado pela PIDE, que o interrogou e espancou até à morte, acabando por o atirar da janela. Joaquim Barradas de Carvalho afirma que o operário "foi torturado pela PIDE e foi morto na tortura sem ter dito uma palavra acerca daquilo que era conveniente guardar acerca do trabalho do Partido Comunista Português na clandestinidade". Maria Machado, professora primária e militante do PCP do qual foi funcionária clandestina entre 1942 e 1945, trabalhava numa tipografia na povoação de Barqueiro, em Alvaiázere, quando a PIDE a assaltou. Tendo ficado para trás para permitir a fuga aos restantes tipógrafos, foi presa e torturada, e não prestou nenhuma declaração. Enquanto era arrastada pelos agentes da PIDE, gritou: «Se a liberdade de imprensa não fosse uma farsa, esta tipografia não precisava de ser clandestina. Isto aqui é a tipografia do jornal clandestino «Avante!». O «Avante!» defende os interesses do povo trabalhador de Portugal.». Joaquim Rafael teve uma vida de inteira abnegação dedicada à imprensa clandestina do Partido. Entre 1943 e 1945, Joaquim Rafael esteve ligado à distribuição do «Avante!», passando depois para as tipografias. Nos vinte e cinco anos que se seguiram, tornou-se num dos melhores tipógrafos clandestino e um mestre para novos camaradas que entravam para as tipografias. Referência maior na história da imprensa clandestina, morreu em 1974. José Dias Coelho, escultor e funcionário do PCP, foi assassinado a tiro pela PIDE em 1961, quando se dirigia para um encontro clandestino. Pondo os seus dotes de artista plástico ao serviço da sua causa e do seu Partido, deu um contributo decisivo para a melhoria do aspeto gráfico de vários órgãos de imprensa clandestina, nomeadamente do «Avante!». Das suas mãos saíram muitas das famosas gravuras – de linóleo ou de madeira – que se podem encontrar em numerosos exemplares do «Avante!» clandestino. Em 1972, o cantor Zeca Afonso homenageia-o com a música A Morte Saiu à Rua.

Segundo o jornal Público, as regras para quem trabalhava na clandestinidade eram rigorosas ao ponto de ter que se fazer as malas à mínima suspeita de se ter dado nas vistas.

Em 17 de maio de 1974 foi publicado o primeiro número fora da clandestinidade, tendo passado a semanário desde essa data.

 

terça-feira, fevereiro 06, 2024

O Padre António Vieira nasceu há 416 anos

      
António Vieira (Lisboa, 6 de fevereiro de 1608 - Salvador, 18 de julho de 1697), mais conhecido como Padre António Vieira, foi um religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus.
Uma das mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu infatigavelmente os direitos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização e fazendo a sua evangelização. Era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi).
António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos na época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais) e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.
Na literatura, os seus sermões possuem considerável importância no barroco brasileiro e português.
     

quinta-feira, fevereiro 01, 2024

Recordemos com poesia um dia triste...

(imagem daqui)


O REGICÍDIO


Carruagem descoberta.
Ei-la, a Família Real.
Soa um tiro. A bala acerta
No Rei, traidora e mortal.

E outra, no mesmo instante,
Vara o Príncipe, que cai,
A sangrar, agonizante,
Depois de vingar o Pai.
Outra, ainda, fere o Infante.

Vulto de tragédia antiga,
A Rainha, em desatino,
Com flores de um ramo, fustiga
Este segundo assassino...

Foge o povo, apavorado,
Enquanto a polícia acorre
E o regicida, alvejado,
Morre.

Quadro horrendo, tal horror!
A Pátria a esvair-se, exangue!
Não pode vencer a dor
O português d'alma e sangue.

Traja luto Portugal
Cem anos que a sina traça,
Julgando ver, espectral,
Toda a Família Real
Sã e salva da desgraça.

Num novo tempo feliz,
Seja o sonho realidade!
E reverdeça a raiz!
E, inútil, murche a saudade!

   



António Manuel Couto Viana

Cabinda ficou sob proteção de Portugal há 139 anos

    
O Tratado de Simulambuco foi assinado, em 1 de fevereiro de 1885, pelo representante do governo português Guilherme Augusto de Brito Capello, então capitão tenente da Armada e comandante da corveta Rainha de Portugal, e pelos príncipes, chefes e oficiais do reino de N'Goyo. O tratado colocou Cabinda sob protetorado português, por contraste com o estatuto colonial de Angola. O tratado foi feito antes da Conferência de Berlim, que dividiu África pelas potências europeias.
No tratado, Portugal compromete-se a:
  • Portugal obriga-se a fazer manter a integridade dos territórios colocados sob o seu protetorado.
  • Portugal respeitará e fará respeitar os usos e costumes do país.
A "colonização" de Cabinda foi assim pacífica por via do Tratado entre Portugal e Cabinda. Em 1885 o território de Cabinda já se encontrava separado do resto do território de Angola, tendo como separação natural o rio Congo. O território é um enclave de sempre com os dois Congos, Belga e Francês. Cabinda nunca foi parte integrante de Angola, antes, durante e após a colonização de Portugal.

   
in Wikipédia
 

 

domingo, janeiro 28, 2024

Fernando Carvalho Rodrigues, o pai do satélite português, faz hoje 77 anos

Retrato de Carvalho Rodrigues por Bottelho
     
Fernando Carvalho Rodrigues (Casal de Cinza, Guarda, 28 de janeiro de 1947) é um físico português, licenciado em física na Universidade de Lisboa e doutorado em engenharia eletrónica pela Universidade de Liverpool.
Foi Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico (1985), coordenador do Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (1984) e diretor da Faculdade de Tecnologia da Universidade Independente (1995) em Lisboa, sendo conhecido como o «pai» do satélite português, sendo o responsável máximo pelo consórcio PoSAT que constituiu e lançou o primeiro satélite português, a 26 de setembro de 1993.
Carvalho Rodrigues recebeu diversos prémios e condecorações, dos quais se destacam o Pfizer (1977), a comenda da Ordem Militar de Santiago da Espada (1995) e doutor Honoris Causa (1995) pela Universidade da Beira Interior.
É também autor de diversas obras publicadas em Portugal e nos Estados Unidos, encarregou-se da direção do Projeto Educativo DIDACTA, à frente de uma vasta equipa de especialistas, investigadores e pedagogos.

sexta-feira, janeiro 26, 2024

Mia Rose - 36 anos

   
Mia Rose (Londres, 26 de janeiro do 1988), nome artístico de Maria Antónia Teixeira Rosa, é uma cantora-compositora e atriz luso-inglesa que atingiu o sucesso através do sítio de partilha de vídeos no YouTube, onde rapidamente chegou a uma das artistas mais visionadas.
    

 


terça-feira, janeiro 23, 2024

A Guerra na Guiné (Bissau) começou há sessenta e um anos...

Soldados do PAIGC hasteando a bandeira da Guiné-Bissau em 1974
      
A guerra de independência na Guiné começou em 23 de janeiro de 1963, com o início das ações de guerrilha na região de Tite. Ao contrário do que aconteceu em Angola, desde o início que as forças portuguesas constataram estar diante de um adversário bem organizado e militarmente eficiente. De facto, o PAIGC dispôs sempre de equipamento de qualidade e do apoio quase total do governo da Guiné-Conacri, que lhe conferia total liberdade de movimentos para empreender ações de guerrilha na fronteira sul do território.
Nos primeiros anos de guerra, a iniciativa pertenceu às forças do PAIGC, limitando-se as forças portuguesas a defender-se dentro dos seus aquartelamentos ou a responder às ações inimigas com operações de grande envergadura, mas de dúbia eficácia operacional.
Quando a Guerra começou, em janeiro de 1963, havia já quase dois anos que as forças portuguesas combatiam, com relativo sucesso, em Angola. Este facto permitiu às autoridades portuguesas prevenirem de certa forma a possível eclosão de ações de guerrilha em Moçambique e na Guiné. Assim, quando a guerra chegou à Guiné, a guerrilha deparou-se com um dispositivo militar português que abrangia todo o território. Este dispositivo baseava-se em 7-8 batalhões do Exército Português dispostos em quadrícula. Essencialmente, cada batalhão ocupava um sector, que se subdividia em zonas de ação (ZA). Essas ZA's eram ocupadas por companhias que, apesar de integradas em batalhões, atuavam com grande autonomia logística e operacional. O objetivo destas companhias era privar o inimigo do contacto com as populações, e manter "limpa" a sua ZA. A busca e destruição do inimigo estava a cargo de forças de intervenção especializadas nessas ações (golpes de mão, ações de limpeza, etc.) - Páraquedistas, Comandos, Fuzileiros, etc.
Em 1963, o efetivo das forças do Exército Português destacadas na Guiné ascendia a 10 mil homens, que eram apoiados por meios aéreos estacionados em Bissalanca (no AB 2, depois BA 12), que incluíam 8 caças-bombardeiros F-86F.
Foi nas Colinas de Boé que foi feita a proclamação da independência da Guiné-Bissau, realizada a 24 de setembro de 1973, em Lugadjol.
Em 1974 Portugal reconheceu a independência de Guiné Bissau.