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sábado, novembro 04, 2023

A Crise de Reféns do Irão começou há 44 anos

  
A Crise de Reféns do Irão foi uma crise diplomática entre o Irão e os Estados Unidos, em que 52 norte-americanos foram mantidos reféns durante 444 dias (de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981), após um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomarem a embaixada norte-americana em Teerão, em apoio da Revolução Iraniana.
      

domingo, setembro 24, 2023

Khomeini nasceu há cento e vinte e um anos

   
O Aiatolá Sayyid Ruhollah Musavi Khomeini (Khomein, 24 de setembro de 1902 - Teerão, 3 de junho de 1989) foi uma autoridade religiosa xiita iraniana, líder espiritual e político da Revolução Iraniana de 1979 que depôs Mohammad Reza Pahlavi, na altura o Xá do Irão. Governou o Irão desde a deposição do xá Reza Pahlavi até à sua morte, em 1989.
Costuma ser referido como Imã Khomeini dentro do Irão e pelos seus seguidores ao redor do mundo, e como Aiatolá Khomeini fora de seu país.
   
Falecimento
Khomeini morreu no hospital, onze dias depois de uma operação feita para tentar parar uma hemorragia interna. Diz-se que uma multidão de mais de um milhão de iranianos reuniu-se à volta do local de enterro, que era suposto não ser conhecido. Encontra-se sepultado no Cemitério Behesht-e Zahra, Teerão, no Irão.
   

sexta-feira, setembro 22, 2023

A Guerra Irão-Iraque começou há quarenta e três anos

           
A Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar entre o Irão e o Iraque entre 1980 e 1988, resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países.
Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irão cerca de 518 quilómetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irão cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência.
Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Chatt al-Arab (que controla o porto de Bassorá), a devolução de três ilhas no estreito de Ormuz (tomadas pelo Irão em 1971) e a cessação da autonomia dada às minorias dentro do Irão, o exército iraquiano, a 22 de setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irão e, contando com o elemento surpresa, avançou no território iraniano.
O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerão e na anexação do Cuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo. Segundo os iraquianos, o Irão infiltrou agentes no Iraque para derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a cidades e a poços de petróleo.
O Iraque esperava uma guerra rápida, pois contava com um moderno exército equipado pela URSS. Outros países muçulmanos, como o Kuwait e a Arábia Saudita, também lhe davam apoio financeiro, na esperança de enfraquecer o regime de Teerão. O Irão estava isolado internacionalmente, pois considerava igualmente os EUA e a URSS como inimigos. Como vantagem, o Irão contava apenas com uma população bem superior. O exército iraquiano empenhou-se numa escaramuça de fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irão recapturou o território.
Em 1981, somente Khorramshahr caiu inteiramente em poder do Iraque. Em 1982, as forças iraquianas recuaram em todas as frentes. A cidade de Khorramshahr foi evacuada. A resistência do Irão levou o Iraque a propor um cessar-fogo, recusado pelo Irão (os iranianos exigiram pesadas condições e, entre elas, a queda de Hussein). Graças ao contrabando de armas (escândalo Irão-Contras), o Irão conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. Nesse mesmo ano, o Irão atacou o Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico. Nessa altura, a Organização das Nações Unidas e alguns Estados Europeus enviaram vários navios de guerra para a zona. Em 1985, aviões iraquianos destruíram uma central nuclear parcialmente construída em Bushehr e depois bombardearam alvos civis, o que levou os iranianos a bombardear Bassorá e Bagdad. Entre 1984 e 1987 a guerra terrestre passou para uma fase onde predominou o atrito, que favoreceu o desgaste iraquiano, enquanto o conflito transbordava para o Golfo Pérsico, envolvendo o ataque iraniano a navios petroleiros que saiam do Iraque e o uso de minas submarinas nas proximidades da fronteira marítima dos dois países.
Mas, em meados da década de 80, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irão de fazer o mesmo (1987-1988).
A guerra entrou em uma nova fase em 1987, quando os iranianos aumentaram as hostilidades contra a navegação comercial dentro e nas proximidades do Golfo Pérsico, resultando na ampliação da presença de navios norte-americanos e de outras nações na região. Oficiais graduados do exército iraniano começaram a perder credibilidade à medida que suas tropas sofriam perdas de armas e equipamentos, enquanto o Iraque continuava a ser abastecido pelo Ocidente. O conflito começou a efetivamente preocupar as potências quando atingiu o fluxo regular de petróleo, na medida em que os beligerantes passaram a afundar navios e instalações petrolíferas, prejudicando grandes fornecedores como o Kuwait. A partir disso, começaram as pressões mundiais pela paz. No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irão, não. Em agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar, e a economia caótica do Irão levaram a que o país aceitasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.
Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irão. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de um milhão e quinhentas mil vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irão. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.
       

sábado, junho 03, 2023

O Aiatolá Khomeini morreu há trinta e quatro anos

  
O Grande Aiatolá Sayyid Ruhollah Musavi Khomeini (Khomein, 24 de setembro de 1902 - Teerão, 3 de junho de 1989) foi uma autoridade religiosa xiita iraniana, líder espiritual e político da Revolução Iraniana de 1979 que depôs Mohammad Reza Pahlevi, na altura o Xá do Irão. É considerado o fundador do moderno estado xiita e governou o Irão desde a deposição do Xá até à sua morte, em 1989.
Costuma ser referido como o Imã Khomeini dentro do Irão e pelos seus seguidores ao redor do mundo, e como Aiatolá Khomeini fora de seu país.

sexta-feira, novembro 04, 2022

A Crise de Reféns do Irão começou há 43 anos

  
A Crise de Reféns do Irão foi uma crise diplomática entre o Irão e os Estados Unidos, em que 52 norte-americanos foram mantidos reféns durante 444 dias (de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981), após um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomarem a embaixada norte-americana em Teerão, em apoio da Revolução Iraniana.
      

sábado, setembro 24, 2022

Para azar da mulheres iranianas, Khomeini nasceu há cento e vinte anos

   
O Aiatolá Sayyid Ruhollah Musavi Khomeini (Khomein, 24 de setembro de 1902 - Teerão, 3 de junho de 1989) foi uma autoridade religiosa xiita iraniana, líder espiritual e político da Revolução Iraniana de 1979 que depôs Mohammad Reza Pahlavi, na altura o Xá do Irão. Governou o Irão desde a deposição do xá Reza Pahlavi até à sua morte, em 1989.
Costuma ser referido como Imã Khomeini dentro do Irão e pelos seus seguidores ao redor do mundo, e como Aiatolá Khomeini fora de seu país.
   
Falecimento
Khomeini morreu no hospital, onze dias depois de uma operação feita para tentar parar uma hemorragia interna. Diz-se que uma multidão de mais de um milhão de iranianos reuniu-se à volta do local de enterro, que era suposto não ser conhecido. Encontra-se sepultado no Cemitério Behesht-e Zahra, Teerão, no Irão.
   

quinta-feira, setembro 22, 2022

A Guerra Irão-Iraque começou há quarenta e dois anos

        
A Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar entre o Irão e o Iraque entre 1980 e 1988, resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países.
Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irão cerca de 518 quilómetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irão cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência.
Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Chatt al-Arab (que controla o porto de Bassorá), a devolução de três ilhas no estreito de Ormuz (tomadas pelo Irão em 1971) e a cessação da autonomia dada às minorias dentro do Irão, o exército iraquiano, a 22 de setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irão e, contando com o elemento surpresa, avançou no território iraniano.
O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerão e na anexação do Cuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo. Segundo os iraquianos, o Irão infiltrou agentes no Iraque para derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a cidades e a poços de petróleo.
O Iraque esperava uma guerra rápida, pois contava com um moderno exército equipado pela URSS. Outros países muçulmanos, como o Kuwait e a Arábia Saudita, também lhe davam apoio financeiro, na esperança de enfraquecer o regime de Teerão. O Irão estava isolado internacionalmente, pois considerava igualmente os EUA e a URSS como inimigos. Como vantagem, o Irão contava apenas com uma população bem superior. O exército iraquiano empenhou-se numa escaramuça de fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irão recapturou o território.
Em 1981, somente Khorramshahr caiu inteiramente em poder do Iraque. Em 1982, as forças iraquianas recuaram em todas as frentes. A cidade de Khorramshahr foi evacuada. A resistência do Irão levou o Iraque a propor um cessar-fogo, recusado pelo Irão (os iranianos exigiram pesadas condições e, entre elas, a queda de Hussein). Graças ao contrabando de armas (escândalo Irão-Contras), o Irão conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. Nesse mesmo ano, o Irão atacou o Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico. Nessa altura, a Organização das Nações Unidas e alguns Estados Europeus enviaram vários navios de guerra para a zona. Em 1985, aviões iraquianos destruíram uma central nuclear parcialmente construída em Bushehr e depois bombardearam alvos civis, o que levou os iranianos a bombardear Bassorá e Bagdad. Entre 1984 e 1987 a guerra terrestre passou para uma fase onde predominou o atrito, que favoreceu o desgaste iraquiano, enquanto o conflito transbordava para o Golfo Pérsico, envolvendo o ataque iraniano a navios petroleiros que saiam do Iraque e o uso de minas submarinas nas proximidades da fronteira marítima dos dois países.
Mas, em meados da década de 80, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irão de fazer o mesmo (1987-1988).
A guerra entrou em uma nova fase em 1987, quando os iranianos aumentaram as hostilidades contra a navegação comercial dentro e nas proximidades do Golfo Pérsico, resultando na ampliação da presença de navios norte-americanos e de outras nações na região. Oficiais graduados do exército iraniano começaram a perder credibilidade à medida que suas tropas sofriam perdas de armas e equipamentos, enquanto o Iraque continuava a ser abastecido pelo Ocidente. O conflito começou a efetivamente preocupar as potências quando atingiu o fluxo regular de petróleo, na medida em que os beligerantes passaram a afundar navios e instalações petrolíferas, prejudicando grandes fornecedores como o Kuwait. A partir disso, começaram as pressões mundiais pela paz. No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irão, não. Em agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar, e a economia caótica do Irão levaram a que o país aceitasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.
Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irão. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de um milhão e quinhentas mil vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irão. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.
    

sexta-feira, junho 03, 2022

Khomeini morreu há trinta e três anos

  
O Grande Aiatolá Sayyid Ruhollah Musavi Khomeini (Khomein, 24 de setembro de 1902 - Teerão, 3 de junho de 1989) foi uma autoridade religiosa xiita iraniana, líder espiritual e político da Revolução Iraniana de 1979 que depôs Mohammad Reza Pahlevi, na altura o Xá do Irão. É considerado o fundador do moderno estado xiita e governou o Irão desde a deposição do Xá até à sua morte, em 1989.
Costuma ser referido como o Imã Khomeini dentro do Irão e pelos seus seguidores ao redor do mundo, e como Aiatolá Khomeini fora de seu país.

quinta-feira, novembro 04, 2021

A Crise de Reféns do Irão começou há 42 anos


A Crise de Reféns do Irão foi uma crise diplomática entre o Irão e os Estados Unidos, em que 52 norte-americanos foram mantidos reféns durante 444 dias (de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981), após um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomarem a embaixada americana em Teerão, em apoio à Revolução Iraniana.
    

sexta-feira, setembro 24, 2021

Khomeini nasceu há 119 anos

   
O Aiatolá Sayyid Ruhollah Musavi Khomeini (Khomein, 24 de setembro de 1902 - Teerão, 3 de junho de 1989) foi uma autoridade religiosa xiita iraniana, líder espiritual e político da Revolução Iraniana de 1979 que depôs Mohammad Reza Pahlavi, na altura o xá do Irão. Governou o Irão desde a deposição do xá Reza Pahlavi até à sua morte, em 1989.
Costuma ser referido como Imã Khomeini dentro do Irão e pelos seus seguidores ao redor do mundo, e como Aiatolá Khomeini fora de seu país.
   
Falecimento
Khomeini morreu no hospital, onze dias depois de uma operação feita para tentar parar uma hemorragia interna. Diz-se que uma multidão de mais de um milhão de iranianos reuniu-se à volta do local de enterro, que era suposto não ser conhecido. Encontra-se sepultado no Cemitério Behesht-e Zahra, Teerão, no Irão.
   

quarta-feira, setembro 22, 2021

A Guerra Irão-Iraque começou há 41 anos

      
A Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar entre o Irão e o Iraque entre 1980 e 1988, resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países.
Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irão cerca de 518 quilómetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irão cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência.
Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Chatt al-Arab (que controla o porto de Bassorá), a devolução de três ilhas no estreito de Ormuz (tomadas pelo Irão em 1971) e a cessação da autonomia dada às minorias dentro do Irão, o exército iraquiano, a 22 de setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irão e, contando com o elemento surpresa, avançou no território iraniano.
O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerão e na anexação do Cuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo. Segundo os iraquianos, o Irão infiltrou agentes no Iraque para derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a cidades e a poços de petróleo.
O Iraque esperava uma guerra rápida, pois contava com um moderno exército equipado pela URSS. Outros países muçulmanos, como o Kuwait e a Arábia Saudita, também lhe davam apoio financeiro, na esperança de enfraquecer o regime de Teerão. O Irão estava isolado internacionalmente, pois considerava igualmente os EUA e a URSS como inimigos. Como vantagem, o Irão contava apenas com uma população bem superior. O exército iraquiano empenhou-se numa escaramuça de fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irão recapturou o território.
Em 1981, somente Khorramshahr caiu inteiramente em poder do Iraque. Em 1982, as forças iraquianas recuaram em todas as frentes. A cidade de Khorramshahr foi evacuada. A resistência do Irão levou o Iraque a propor um cessar-fogo, recusado pelo Irão (os iranianos exigiram pesadas condições: de entre elas a queda de Hussein). Graças ao contrabando de armas (escândalo Irão-Contras), o Irão conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. Nesse mesmo ano, o Irão atacou o Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico. Nessa altura, a Organização das Nações Unidas e alguns Estados Europeus enviaram vários navios de guerra para a zona. Em 1985, aviões iraquianos destruíram uma central nuclear parcialmente construída em Bushehr e depois bombardearam alvos civis, o que levou os iranianos a bombardear Bassorá e Bagdad. Entre 1984 e 1987 a guerra terrestre passou para uma fase onde predominou o atrito, que favoreceu o desgaste iraquiano, enquanto o conflito transbordava para o Golfo Pérsico, envolvendo o ataque iraniano a navios petroleiros que saiam do Iraque e o uso de minas submarinas nas proximidades da fronteira marítima dos dois países.
Mas, em meados da década de 80, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irão de fazer o mesmo (1987-1988).
A guerra entrou em uma nova fase em 1987, quando os iranianos aumentaram as hostilidades contra a navegação comercial dentro e nas proximidades do Golfo Pérsico, resultando na ampliação da presença de navios norte-americanos e de outras nações na região. Oficiais graduados do exército iraniano começaram a perder credibilidade à medida que suas tropas sofriam perdas de armas e equipamentos, enquanto o Iraque continuava a ser abastecido pelo Ocidente. O conflito começou a efetivamente preocupar as potências quando atingiu o fluxo regular de petróleo, na medida em que os beligerantes passaram a afundar navios e instalações petrolíferas, prejudicando grandes fornecedores como o Kuwait. A partir disso, começaram as pressões mundiais pela paz. No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irão, não. Em agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar, e a economia caótica do Irão levaram a que o país aceitasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.
Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irão. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de um milhão e quinhentas mil vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irão. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.
    

quarta-feira, novembro 04, 2020

A Crise de Reféns do Irão começou há 41 anos

 
A Crise de Reféns do Irão foi uma crise diplomática entre o Irão e os Estados Unidos, em que 52 norte-americanos foram mantidos reféns durante 444 dias (de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981), após um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomarem a embaixada americana em Teerão, em apoio à Revolução Iraniana.
    

terça-feira, setembro 22, 2020

A Guerra Irão-Iraque começou há quarenta anos

 

   
A Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar entre o Irão e o Iraque entre 1980 e 1988, resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países.
Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irão cerca de 518 quilómetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irão cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência.
Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Chatt al-Arab (que controla o porto de Bassorá), a devolução de três ilhas no estreito de Ormuz (tomadas pelo Irão em 1971) e a cessação da autonomia dada às minorias dentro do Irão, o exército iraquiano, a 22 de setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irão e, contando com o elemento surpresa, avançou no território iraniano.
O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerão e na anexação do Cuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo. Segundo os iraquianos, o Irão infiltrou agentes no Iraque para derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a cidades e a poços de petróleo.
O Iraque esperava uma guerra rápida, pois contava com um moderno exército equipado pela URSS. Outros países muçulmanos, como o Kuwait e a Arábia Saudita, também lhe davam apoio financeiro, na esperança de enfraquecer o regime de Teerão. O Irão estava isolado internacionalmente, pois considerava igualmente os EUA e a URSS como inimigos. Como vantagem, o Irão contava apenas com uma população bem superior. O exército iraquiano empenhou-se numa escaramuça de fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irão recapturou o território.
Em 1981, somente Khorramshahr caiu inteiramente em poder do Iraque. Em 1982, as forças iraquianas recuaram em todas as frentes. A cidade de Khorramshahr foi evacuada. A resistência do Irão levou o Iraque a propor um cessar-fogo, recusado pelo Irão (os iranianos exigiram pesadas condições: de entre elas a queda de Hussein). Graças ao contrabando de armas (escândalo Irão-Contras), o Irão conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. Nesse mesmo ano, o Irão atacou o Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico. Nessa altura, a Organização das Nações Unidas e alguns Estados Europeus enviaram vários navios de guerra para a zona. Em 1985, aviões iraquianos destruíram uma central nuclear parcialmente construída em Bushehr e depois bombardearam alvos civis, o que levou os iranianos a bombardear Bassorá e Bagdad. Entre 1984 e 1987 a guerra terrestre passou para uma fase onde predominou o atrito, que favoreceu o desgaste iraquiano, enquanto o conflito transbordava para o Golfo Pérsico, envolvendo o ataque iraniano a navios petroleiros que saiam do Iraque e o uso de minas submarinas nas proximidades da fronteira marítima dos dois países.
Mas, em meados da década de 1980, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irão de fazer o mesmo (1987-1988).
A guerra entrou em uma nova fase em 1987, quando os iranianos aumentaram as hostilidades contra a navegação comercial dentro e nas proximidades do Golfo Pérsico, resultando na ampliação da presença de navios norte-americanos e de outras nações na região. Oficiais graduados do exército iraniano começaram a perder credibilidade à medida que suas tropas sofriam perdas de armas e equipamentos, enquanto o Iraque continuava a ser abastecido pelo Ocidente. O conflito começou a efetivamente preocupar as potências quando atingiu o fluxo regular de petróleo, na medida em que os beligerantes passaram a afundar navios e instalações petrolíferas, prejudicando grandes fornecedores como o Kuwait. A partir disso, começaram as pressões mundiais pela paz. No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irão, não. Em agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar, e a economia caótica do Irão levaram a que o país aceitasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.
Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irão. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de um milhão e quinhentas mil vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irão. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.
    

segunda-feira, novembro 04, 2019

A Crise de Reféns do Irão começou há quarenta anos

A Crise de Reféns do Irão foi uma crise diplomática entre o Irão e os Estados Unidos, em que 52 norte-americanos foram mantidos reféns durante 444 dias (de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981), após um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomarem a embaixada americana em Teerão, em apoio à Revolução Iraniana.
O episódio chegou ao auge quando, após tentativas fracassadas de negociar uma libertação, os militares dos Estados Unidos tentarem uma operação de resgate, a Operação Eagle Claw, em 24 de abril de 1980, que resultou numa missão fracassada, a destruição de duas aeronaves e a morte de oito soldados americanos e um civil iraniano. Ela terminou com a assinatura dos Acordos de Argel, na Argélia, a 19 de janeiro de 1981. Os reféns foram formalmente libertados sob custódia dos Estados Unidos no dia seguinte, poucos minutos após o novo presidente americano Ronald Reagan ser empossado.
A crise tem sido descrita como um emaranhado de "vingança e incompreensão mútua". No Irão, a tomada de reféns foi amplamente vista como um golpe contra os Estados Unidos e sua influência no Irão, as suas percebidas tentativas de minar a Revolução Iraniana, e seu apoio de longa data ao do Irão, recentemente derrubado pela revolução. O Xá havia voltado ao poder num golpe de estado no ano de 1953, organizado pela CIA, a partir da embaixada americana, contra um governo nacionalista iraniano democraticamente eleito, e que recentemente havia sido autorizado a viajar aos Estados Unidos para tratamento médico. Nos Estados Unidos, a tomada de reféns foi vista como uma afronta, violando um princípio secular do direito internacional, que concede aos diplomatas a imunidade de prisão e aos compostos diplomáticos a sua total inviolabilidade.
A crise também tem sido descrita como o "episódio crucial" na história das relações entre o Irão e os Estados Unidos. Nos Estados Unidos, alguns analistas políticos acreditam que a crise foi um dos principais motivos para a derrota do Presidente Jimmy Carter nas eleições presidenciais de 1980. No Irão, a crise reforçou o prestígio do Aiatolá Khomeini e do poder político daqueles que apoiaram a teocracia e se opuseram a qualquer normalização das relações com o Ocidente. A crise também marcou o início das sanções económicas contra o Irão, o que enfraqueceu ainda mais os laços económicos entre os dois países.

A tomada da embaixada americana foi inicialmente planeada em setembro de 1979 por Ebrahim Asgharzadeh, estudante na época. Ele consultou os líderes das associações islâmicas das principais universidades de Teerão, incluindo a Universidade de Teerão, Universidade de Tecnologia Sharif, Universidade de Tecnologia Amirkabir (Politécnico de Teerão) e Universidade de Ciência e Tecnologia do Irão. O grupo recebeu o nome de Estudantes Muçulmanos Seguidores da Linha do Imã.
  
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domingo, setembro 22, 2019

A Guerra Irão-Iraque começou há 39 anos

A Guerra Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar travado entre o Irão e o Iraque, resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países. A guerra começou quando os iraquianos invadiram o território iraniano, em 22 de setembro de 1980. Saddam Hussein, ditador do Iraque, esperava que o caótico Irão pós-revolução não tivesse condições de resistir ao avanço das suas tropas e invadiu, sem declarar guerra formalmente, mas o progresso foi lento e o ataque acabou sendo repelido. Em 1982, os iranianos lançaram a sua contra-ofensiva e tomaram a iniciativa. A guerra passou então a abranger aspectos religiosos, nacionalistas e sectários, com os curdos e xiitas demonstrando apoio ao Irão no esforço de guerra. O resultado foi um banho de sangue, com grandes perdas de vidas (especialmente entre a população civil).
O Conselho de Segurança das Nações Unidas buscou várias resoluções para tentar acabar com as hostilidades, mas a guerra só foi formalmente encerrada em 20 de agosto de 1988 após a Resolução 598 da ONU firmar um cessar-fogo aceito por ambos os lados. Na conclusão do conflito, as fronteiras retornaram ao status pré-guerra dos Acordos de Argel de 1975. Os últimos prisioneiros de guerra, contudo, só foram soltos em 2003, após a destituição de Saddam do poder no Iraque.
A guerra foi extremamente custosa em termos de vidas e dinheiro para ambos os lados: números oficiais apontam que mais de meio milhão de combatentes morreram, com um número similar de civis também perdendo a vida; milhares de pessoas foram feridas e outras milhares foram deslocadas de suas casas, causando uma crise humanitária. Centenas de milhares de milhões de dólares também foram gastos, mas no final nenhum ganho territorial foi visto por qualquer um dos beligerantes. Este conflito foi comparado a Primeira Guerra Mundial em termos de táticas usadas, com uso grande de trincheiras com arame farpado e armadilhas, ninhos de metralhadoras e ataques de baioneta em ondas humanas pela terra de ninguém. Outro ponto marcante da guerra foi o uso indiscriminado de armas químicas, como o gás mostarda, por parte dos iraquianos contra tropas e civis iranianos e curdos. Muitos países muçulmanos e ocidentais apoiaram o Iraque com dinheiro, equipamentos e informações de inteligência (como imagens de satélite). Algumas nações apoiaram o Irão, muitas de forma clandestina (como no caso Irão-Contras).
O conflito deixou ambos os lados extremamente fatigados, mas trouxe também alguns desdobramentos. O Iraque, embora financeiramente quebrado, tinha agora um poderoso exército a sua disposição. Já o Irão, apesar das perdas sofridas, viu a sua revolução islamita sedimentada. A ONU, embora declaradamente não tenha tomado partido, não buscou imediatamente condenar as atrocidades cometidas a olhos vistos pelo Iraque, como os seus ataques químicos contra civis, e recusaram a identificar os iraquianos como os agressores (apesar deles terem sido os primeiros a atacar) até 11 de dezembro de 1991, quando Saddam Hussein passou a ser o principal antagonista da região após a Guerra do Golfo.
   

domingo, setembro 24, 2017

O Aiatolá Khomeini nasceu há 115 anos

O Aiatolá Sayyid Ruhollah Musavi Khomeini (Khomein, 24 de setembro de 1902 - Teerão, 3 de junho de 1989) foi uma autoridade religiosa xiita iraniana, líder espiritual e político da Revolução Iraniana de 1979 que depôs Mohammad Reza Pahlavi, na altura o xá do Irão. Governou o Irão desde a deposição do xá Reza Pahlavi até à sua morte, em 1989.
Costuma ser referido como Imã Khomeini dentro do Irão e pelos seus seguidores ao redor do mundo, e como Aiatolá Khomeini fora de seu país.
  
Falecimento
Khomeini morreu no hospital, onze dias depois de uma operação feita para tentar parar uma hemorragia interna. Diz-se que uma multidão de mais de um milhão de iranianos reuniu-se à volta do local de enterro, que era suposto não ser conhecido. Encontra-se sepultado no Cemitério Behesht-e Zahra, Teerão, no Irão.

terça-feira, setembro 22, 2015

A Guerra Irão-Iraque começou há 35 anos

A Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar entre o Irão e o Iraque entre 1980 e 1988, resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países.
Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irão cerca de 518 quilómetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irão cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência.
Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Chatt al-Arab (que controla o porto de Bassorá), a devolução de três ilhas no estreito de Ormuz (tomadas pelo Irão em 1971) e a cessação da autonomia dada às minorias dentro do Irão, o exército iraquiano, a 22 de setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irão e, contando com o elemento surpresa, avançou no território iraniano.
O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerão e na anexação do Cuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo. Segundo os iraquianos, o Irão infiltrou agentes no Iraque para derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a cidades e a poços de petróleo.
O Iraque esperava uma guerra rápida, pois contava com um moderno exército equipado pela URSS. Outros países muçulmanos, como o Kuwait e a Arábia Saudita, também lhe davam apoio financeiro, na esperança de enfraquecer o regime de Teerão. O Irão estava isolado internacionalmente, pois considerava igualmente os EUA e a URSS como inimigos. Como vantagem, o Irão contava apenas com uma população bem superior. O exército iraquiano empenhou-se numa escaramuça de fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irão recapturou o território.
Em 1981, somente Khorramshahr caiu inteiramente em poder do Iraque. Em 1982, as forças iraquianas recuaram em todas as frentes. A cidade de Khorramshahr foi evacuada. A resistência do Irão levou o Iraque a propor um cessar-fogo, recusado pelo Irão (os iranianos exigiram pesadas condições: de entre elas a queda de Hussein). Graças ao contrabando de armas (escândalo Irão-Contras), o Irão conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. Nesse mesmo ano, o Irão atacou o Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico. Nessa altura, a Organização das Nações Unidas e alguns Estados Europeus enviaram vários navios de guerra para a zona. Em 1985, aviões iraquianos destruíram uma central nuclear parcialmente construída em Bushehr e depois bombardearam alvos civis, o que levou os iranianos a bombardear Bassorá e Bagdad. Entre 1984 e 1987 a guerra terrestre passou para uma fase onde predominou o atrito, que favoreceu o desgaste iraquiano, enquanto o conflito transbordava para o Golfo Pérsico, envolvendo o ataque iraniano a navios petroleiros que saiam do Iraque e o uso de minas submarinas nas proximidades da fronteira marítima dos dois países.
Mas, em meados da década de 1980, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irão de fazer o mesmo (1987-1988).
A guerra entrou em uma nova fase em 1987, quando os iranianos aumentaram as hostilidades contra a navegação comercial dentro e nas proximidades do Golfo Pérsico, resultando na ampliação da presença de navios norte-americanos e de outras nações na região. Oficiais graduados do exército iraniano começaram a perder credibilidade à medida que suas tropas sofriam perdas de armas e equipamentos, enquanto o Iraque continuava a ser abastecido pelo Ocidente. O conflito começou a efetivamente preocupar as potências quando atingiu o fluxo regular de petróleo, na medida em que os beligerantes passaram a afundar navios e instalações petrolíferas, prejudicando grandes fornecedores como o Kuwait. A partir disso, começaram as pressões mundiais pela paz. No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irão, não. Em agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar, e a economia caótica do Irão levaram a que o país aceitasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.
Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irão. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de um milhão e quinhentas mil vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irão. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.

segunda-feira, novembro 04, 2013

A Crise de Reféns do Irão começou há 34 anos

A Crise de Reféns do Irão foi uma crise diplomática entre o Irão e os Estados Unidos, em que 52 norte-americanos foram mantidos reféns durante 444 dias (de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981), após um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomarem a embaixada americana em Teerão, em apoio à Revolução Iraniana.
O episódio chegou ao auge quando, após tentativas fracassadas de negociar uma libertação, os militares dos Estados Unidos tentarem uma operação de resgate, a Operação Eagle Claw, em 24 de abril de 1980, que resultou numa missão fracassada, a destruição de duas aeronaves e a morte de oito soldados americanos e um civil iraniano. Ela terminou com a assinatura dos Acordos de Argel, na Argélia, a 19 de janeiro de 1981. Os reféns foram formalmente libertados sob custódia dos Estados Unidos no dia seguinte, poucos minutos após o novo presidente americano Ronald Reagan ser empossado.
A crise tem sido descrita como um emaranhado de "vingança e incompreensão mútua". No Irão, a tomada de reféns foi amplamente vista como um golpe contra os Estados Unidos e sua influência no Irão, as suas percebidas tentativas de minar a Revolução Iraniana, e seu apoio de longa data ao do Irão, recentemente derrubado pela revolução. O Xá havia voltado ao poder num golpe de estado no ano de 1953, organizado pela CIA, a partir da embaixada americana, contra um governo nacionalista iraniano democraticamente eleito, e que recentemente havia sido autorizado a viajar aos Estados Unidos para tratamento médico. Nos Estados Unidos, a tomada de reféns foi vista como uma afronta, violando um princípio secular do direito internacional, que concede aos diplomatas a imunidade de prisão e aos compostos diplomáticos a sua total inviolabilidade.
A crise também tem sido descrita como o "episódio crucial" na história das relações entre o Irão e os Estados Unidos. Nos Estados Unidos, alguns analistas políticos acreditam que a crise foi um dos principais motivos para a derrota do Presidente Jimmy Carter nas eleições presidenciais de 1980. No Irão, a crise reforçou o prestígio do Aiatolá Khomeini e do poder político daqueles que apoiaram a teocracia e se opuseram a qualquer normalização das relações com o Ocidente. A crise também marcou o início das sanções económicas contra o Irão, o que enfraqueceu ainda mais os laços económicos entre os dois países.

A tomada da embaixada americana foi inicialmente planeada em setembro de 1979 por Ebrahim Asgharzadeh, estudante na época. Ele consultou os líderes das associações islâmicas das principais universidades de Teerão, incluindo a Universidade de Teerão, Universidade de Tecnologia Sharif, Universidade de Tecnologia Amirkabir (Politécnico de Teerão) e Universidade de Ciência e Tecnologia do Irão. O grupo recebeu o nome de Estudantes Muçulmanos Seguidores da Linha do Imã.