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segunda-feira, março 11, 2024

A União Soviética "escolheu" o seu último líder comunista há 39 anos


Mikhail Sergueievitch Gorbachev
(Stavropol, 2 de março de 1931Moscovo, 30 de agosto de 2022) foi um estadista e político russo, mais conhecido por ter sido o último líder da União Soviética, entre 1985 e 1991. Durante seu governo, as suas tentativas de reforma, tanto no campo político, representadas pelo projeto Glasnost, como no campo económico, através da perestroika, conduziram ao final da Guerra Fria e, ainda que não tivessem esse objetivo, deram fim ao poderio do Partido Comunista no país, levando à dissolução da União Soviética.
Entre as principais medidas tomadas por Gorbachev, estão a campanha contra o alcoolismo, a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, após quase uma década de guerra, a anulação da condição da União Soviética como Estado socialista e a conivência com as reformas políticas neoliberais nos países do Pacto de Varsóvia, a chamada Doutrina Sinatra, que culminou com a queda do muro de Berlim, em 1989.
 
(...)
  
Com a morte de Konstantin Chernenko, Mikhail Gorbachev é eleito o novo líder da União Soviética, a 11 de março de 1985.
Este lança diversas reformas e campanhas, que a longo prazo conduziriam o país a uma economia de mercado, ao fim do monopólio do poder central do PCUS e, posteriormente, à desintegração da União Soviética.

  Mais socialismo significa mais democracia, transparência e coletivismo na vida quotidiana.

 Mikhail Gorbachev
  
Uma de suas primeiras atividades políticas foi a contraditória campanha contra o alcoolismo, lançada em 1985, que levou a um aumento de 45% nos preços das bebidas alcoólicas, e consequentemente a uma redução na produção de álcool e vinhos e à escassez de açúcar nos mercados, por causa da produção clandestina de bebidas alcoólicas. Por outro lado, a sociedade teve um aumento na expetativa de vida e uma considerável redução no número de crimes cometido sob efeito do álcool.
Em 1986, Gorbachev teria de lidar com o acidente nuclear de Chernobil, após a explosão do reator da central da cidade, localizada na Ucrânia, que provocou uma onda de radiação por toda a Europa.

sábado, agosto 19, 2023

O último golpe dos comunistas ortodoxos soviéticos foi há trinta e dois anos...

Tanques na Praça Vermelha, em agosto de 1991
    
A tentativa de golpe na União Soviética, também conhecido como o golpe de agosto ou o Putsch de Moscovo é o nome de uma tentativa de golpe de Estado ocorrida num período de três dias, entre 19 e 21 de agosto de 1991, na União Soviética, feito por um grupo da "linha dura" no seio do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), que depuseram, brevemente, o líder estabelecido, Mikhail Gorbachev, e tentaram tomar o controle do país.
Os autores do golpe de Estado foram comunistas conservadores que acreditavam que o programa de reformas de Gorbachev estava indo longe demais e que o novo Tratado da União, que chegou a ser negociado, imediatamente dispersava o demasiado poder por parte do Governo Central para as repúblicas componentes da URSS. O golpe de Estado falhou em três dias e Gorbachev regressou ao poder. Ainda assim, os acontecimentos prejudicaram a legitimidade do PCUS, contribuindo para o colapso e desaparecimento da União Soviética.
    
(...)
   
Em 19 de agosto de 1991, um dia antes de Gorbachev e um grupo de dirigentes das Repúblicas assinarem o novo Tratado da União, um grupo chamado Comité Estatal para o Estado de Emergência tentou tomar o poder em Moscovo. Anunciou-se que Gorbachev estava doente e tinha sido afastado de seu posto como presidente. Gorbachev fora de férias para a Crimeia quando a tomada do poder foi desencadeada e lá permaneceu durante todo o seu curso. O vice-presidente da União Soviética, Gennady Yanaiev, foi nomeado presidente interino. A comissão de 8 membros, incluía o chefe do KGB, Vladimir Krioutchkov, e o Ministro das Relações Exteriores, Boris Pugo, o ministro da Defesa, Dmitri Iazov, todos os que concordaram em trabalhar sob Gorbachev.
Manifestações importantes contra os líderes do golpe de Estado ocorreram em Moscovo e Leninegrado, lealdades divididas nos ministérios da Defesa e Segurança impediam as forças armadas de vir para superar a resistência que o Presidente da Rússia, Boris Yeltsin, dirigia desde a Câmara Branca, o parlamento russo. Um assalto do edifício foi preparado pelo Grupo Alfa das Forças Especiais da KGB, mas depois as tropas foram se recusando unanimemente a obedecer. Durante uma das manifestações, Yeltsin permaneceu de pé, num tanque, para condenar a "Junta". A imagem disseminada pelo mundo foi à televisão, torna-se um dos mais importantes do golpe de Estado e reforça fortemente a posição de Ieltsin. Ocorrem confrontos nas redondezas das ruas que conduziram ao assassinato de três protestantes, Vladimir Ousov, Dmitri Komar e Ilia Krichevski, esmagados por um tanque, mas, em geral, houve poucos casos de violência. Em 21 de agosto de 1991, a grande maioria das tropas que foram enviadas para Moscovo coloca-se abertamente ao lado dos manifestantes ou são desertores. O golpe falhou e Gorbachev, que tinha estado preso na sua dacha na Crimeia, regressou a Moscovo.
     

quarta-feira, abril 26, 2023

O desastre de Chernobil foi há 37 anos...

     

O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Central Nuclear de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Ilyich Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a libertação de 400 vezes mais radioatividade do que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e migração de aproximadamente 200 mil pessoas.
Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo a sua expansão durante muitos anos, e forçando o governo soviético a ter menos secretismo. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por cancro, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com cancro de tiróide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente. O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.
O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi detectada em outros países. Veja-se o início do comunicado do líder da União Soviética, na época do acidente, Mikhail Gorbachev, quando o governo admitiu a ocorrência:

 

Boa tarde, camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na central nuclear de Chernobil. Ele afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós nos confrontámos com a força real da energia nuclear, fora de controle.

Cidade fantasma de Pripyat com a central nuclear de Chernobil, ao fundo

  

sábado, março 11, 2023

A União Soviética escolheu o seu último líder comunista há 38 anos


Mikhail Sergueievitch Gorbachev
(Stavropol, 2 de março de 1931Moscovo, 30 de agosto de 2022) foi um estadista e político russo, mais conhecido por ter sido o último líder da União Soviética, entre 1985 e 1991. Durante seu governo, as suas tentativas de reforma, tanto no campo político, representadas pelo projeto Glasnost, como no campo económico, através da perestroika, conduziram ao final da Guerra Fria e, ainda que não tivessem esse objetivo, deram fim ao poderio do Partido Comunista no país, levando à dissolução da União Soviética.
Entre as principais medidas tomadas por Gorbachev, estão a campanha contra o alcoolismo, a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, após quase uma década de guerra, a anulação da condição da União Soviética como Estado socialista e a conivência com as reformas políticas neoliberais nos países do Pacto de Varsóvia, a chamada Doutrina Sinatra, que culminou com a queda do muro de Berlim, em 1989.
 
(...)
  
Com a morte de Konstantin Chernenko, Mikhail Gorbachev é eleito o novo líder da União Soviética, a 11 de março de 1985.
Este lança diversas reformas e campanhas, que a longo prazo conduziriam o país a uma economia de mercado, ao fim do monopólio do poder central do PCUS e, posteriormente, à desintegração da União Soviética.

Mais socialismo significa mais democracia, transparência e coletivismo na vida quotidiana.

 Mikhail Gorbachev
  
Uma de suas primeiras atividades políticas foi a contraditória campanha contra o alcoolismo, lançada em 1985, que levou a um aumento de 45% nos preços das bebidas alcoólicas, e consequentemente a uma redução na produção de álcool e vinhos e à escassez de açúcar nos mercados, por causa da produção clandestina de bebidas alcoólicas. Por outro lado, a sociedade teve um aumento na expetativa de vida e uma considerável redução no número de crimes cometido sob efeito do álcool.
Em 1986, Gorbachev teria de lidar com o acidente nuclear de Chernobil, após a explosão do reator da central da cidade, localizada na Ucrânia, que provocou uma onda de radiação por toda a Europa.

sexta-feira, agosto 19, 2022

Os comunistas ortodoxos soviéticos jogaram a sua última cartada há trinta e um anos...

Tanques na Praça Vermelha, em agosto de 1991
    
A tentativa de golpe na União Soviética, também conhecido como o golpe de agosto ou o Putsch de Moscovo é o nome de uma tentativa de golpe de Estado ocorrida num período de três dias, entre 19 e 21 de agosto de 1991, na União Soviética, feito por um grupo da "linha dura" no seio do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), que depuseram, brevemente, o líder estabelecido, Mikhail Gorbachev, e tentaram tomar o controle do país.
Os autores do golpe de Estado foram comunistas conservadores que acreditavam que o programa de reformas de Gorbachev estava indo longe demais e que o novo Tratado da União, que chegou a ser negociado, imediatamente dispersava o demasiado poder por parte do Governo Central para as repúblicas componentes da URSS. O golpe de Estado falhou em três dias e Gorbachev regressou ao poder. Ainda assim, os acontecimentos prejudicaram a legitimidade do PCUS, contribuindo para o colapso e desaparecimento da União Soviética.
    
(...)
   
Em 19 de agosto de 1991, um dia antes de Gorbachev e um grupo de dirigentes das Repúblicas assinarem o novo Tratado da União, um grupo chamado Comité Estatal para o Estado de Emergência tentou tomar o poder em Moscovo. Anunciou-se que Gorbachev estava doente e tinha sido afastado de seu posto como presidente. Gorbachev fora de férias para a Crimeia quando a tomada do poder foi desencadeada e lá permaneceu durante todo o seu curso. O vice-presidente da União Soviética, Gennady Yanaiev, foi nomeado presidente interino. A comissão de 8 membros, incluía o chefe do KGB, Vladimir Krioutchkov, e o Ministro das Relações Exteriores, Boris Pugo, o ministro da Defesa, Dmitri Iazov, todos os que concordaram em trabalhar sob Gorbachev.
Manifestações importantes contra os líderes do golpe de Estado ocorreram em Moscovo e Leninegrado, lealdades divididas nos ministérios da Defesa e Segurança impediam as forças armadas de vir para superar a resistência que o Presidente da Rússia, Boris Yeltsin, dirigia desde a Câmara Branca, o parlamento russo. Um assalto do edifício foi preparado pelo Grupo Alfa das Forças Especiais da KGB, mas depois as tropas foram se recusando unanimemente a obedecer. Durante uma das manifestações, Yeltsin permaneceu de pé, num tanque, para condenar a "Junta". A imagem disseminada pelo mundo foi à televisão, torna-se um dos mais importantes do golpe de Estado e reforça fortemente a posição de Ieltsin. Ocorrem confrontos nas redondezas das ruas que conduziram ao assassinato de três protestantes, Vladimir Ousov, Dmitri Komar e Ilia Krichevski, esmagados por um tanque, mas, em geral, houve poucos casos de violência. Em 21 de agosto de 1991, a grande maioria das tropas que foram enviadas para Moscovo coloca-se abertamente ao lado dos manifestantes ou são desertores. O golpe falhou e Gorbachev, que tinha estado preso na sua dacha na Crimeia, regressou a Moscovo.
     

terça-feira, abril 26, 2022

O acidente nuclear de Chernobil foi há 36 anos...

     

O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Central Nuclear de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Ilyich Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a libertação de 400 vezes mais radioatividade do que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e migração de aproximadamente 200 mil pessoas.
Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo a sua expansão durante muitos anos, e forçando o governo soviético a ter menos secretismo. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por cancro, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com cancro de tiróide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente. O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.
O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi detectada em outros países. Veja-se o início do comunicado do líder da União Soviética, na época do acidente, Mikhail Gorbachev, quando o governo admitiu a ocorrência:
Cquote1.svg Boa tarde, camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na central nuclear de Chernobil. Ele afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós nos confrontámos com a força real da energia nuclear, fora de controle. Cquote2.svg

      

Cidade fantasma de Pripyat com a central nuclear de Chernobil, ao fundo

  

sexta-feira, março 11, 2022

A União Soviética escolheu o seu último líder comunista há 37 anos


Mikhail Sergueievitch Gorbachev
(Stavropol, 2 de março de 1931) é um político e estadista russo, mais conhecido por ter sido o último líder da União Soviética, entre 1985 e 1991. Durante seu governo, as suas tentativas de reforma, tanto no campo político, representadas pelo projeto Glasnost, como no campo económico, através da perestroika, conduziram ao final da Guerra Fria e, ainda que não tivessem esse objectivo, deram fim ao poderio do Partido Comunista no país, levando à dissolução da União Soviética.
Entre as principais medidas tomadas por Gorbachev, estão a campanha contra o alcoolismo, a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, após quase uma década de guerra, a anulação da condição da União Soviética como Estado socialista e a conivência com as reformas políticas neoliberais nos países do Pacto de Varsóvia, a chamada Doutrina Sinatra, que culminou com a queda do muro de Berlim, em 1989.
 
(...)
  
Com a morte de Konstantin Chernenko, Mikhail Gorbachev é eleito o novo líder da União Soviética, a 11 de março de 1985.
No posto, inaugura diversas reformas e campanhas, que a longo prazo conduziriam o país a uma economia de mercado, ao fim do monopólio do poder central do PCUS e, posteriormente, à desintegração da União Soviética.

Mais socialismo significa mais democracia, transparência e coletivismo na vida quotidiana.

 Mikhail Gorbachev
  
Uma de suas primeiras atividades políticas foi a contraditória campanha contra o alcoolismo, lançada em 1985, que levou a um aumento de 45% nos preços das bebidas alcoólicas, e consequentemente a uma redução na produção de álcool e vinhos e à escassez de açúcar nos mercados, por causa da produção clandestina de bebidas alcoólicas. Por outro lado, a sociedade teve um aumento na expetativa de vida e uma considerável redução no número de crimes cometido sob efeito do álcool.
Em 1986, Gorbachev teria de lidar com o acidente nuclear de Chernobil, após a explosão do reator da central da cidade, localizada na Ucrânia, que provocou uma onda de radiação por toda a Europa.

quinta-feira, agosto 19, 2021

Os comunistas ortodoxos soviéticos jogaram a sua última cartada há trinta anos...

Tanques na Praça Vermelha, em agosto de 1991
    
A tentativa de golpe na União Soviética, também conhecido como o golpe de agosto ou o Putsch de Moscovo é o nome de uma tentativa de golpe de Estado ocorrida num período de três dias, entre 19 e 21 de agosto de 1991, na União Soviética, feito por um grupo da "linha dura" no seio do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), que depuseram, brevemente, o líder estabelecido, Mikhail Gorbachev, e tentaram tomar o controle do país.
Os autores do golpe de Estado foram comunistas conservadores que acreditavam que o programa de reformas de Gorbachev estava indo longe demais e que o novo Tratado da União, que chegou a ser negociado, imediatamente dispersava o demasiado poder por parte do Governo Central para as repúblicas componentes da URSS. O golpe de Estado falhou em três dias e Gorbachev regressou ao poder. Ainda assim, os acontecimentos prejudicaram a legitimidade do PCUS, contribuindo para o colapso e desaparecimento da União Soviética.
    
(...)
   
Em 19 de agosto de 1991, um dia antes de Gorbachev e um grupo de dirigentes das Repúblicas assinarem o novo Tratado da União, um grupo chamado Comité Estatal para o Estado de Emergência tentou tomar o poder em Moscovo. Anunciou-se que Gorbachev estava doente e tinha sido afastado de seu posto como presidente. Gorbachev fora de férias para a Crimeia quando a tomada do poder foi desencadeada e lá permaneceu durante todo o seu curso. O vice-presidente da União Soviética, Gennady Yanaiev, foi nomeado presidente interino. A comissão de 8 membros, incluía o chefe do KGB, Vladimir Krioutchkov, e o Ministro das Relações Exteriores, Boris Pugo, o ministro da Defesa, Dmitri Iazov, todos os que concordaram em trabalhar sob Gorbachev.
Manifestações importantes contra líderes do golpe de Estado ocorreram em Moscovo e Leninegrado, lealdades divididas nos ministérios da Defesa e Segurança impediam as forças armadas de vir para superar a resistência que o Presidente da Rússia, Boris Yeltsin, dirigia desde a Câmara Branca, o parlamento russo. Um assalto do edifício foi preparado pelo Grupo Alfa das Forças Especiais da KGB, mas depois as tropas foram recusando-se unanimemente a obedecer. Durante uma das manifestações, Yeltsin permaneceu de pé, num tanque, para condenar a "Junta". A imagem disseminada pelo mundo foi à televisão, torna-se um dos mais importantes do golpe de Estado e reforça fortemente a posição de Ieltsin. Ocorrem confrontos nas redondezas das ruas que conduziram ao assassinato de três protestantes, Vladimir Ousov, Dmitri Komar e Ilia Krichevski, esmagados por um tanque, mas, em geral, houve poucos casos de violência. Em 21 de agosto de 1991, a grande maioria das tropas que foram enviadas para Moscovo coloca-se abertamente ao lado dos manifestantes ou são desertores. O golpe falhou e Gorbachev, que tinha estado preso na sua dacha na Crimeia, regressou a Moscovo.
     

segunda-feira, abril 26, 2021

O acidente nuclear de Chernobil foi há 35 anos...

   

O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Central Nuclear de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Ilyich Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a libertação de 400 vezes mais radioatividade do que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e migração de aproximadamente 200 mil pessoas.
Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo a sua expansão durante muitos anos, e forçando o governo soviético a ter menos secretismo. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por cancro, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com cancro de tiróide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente. O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.
O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi detectada em outros países. Veja-se o início do comunicado do líder da União Soviética, na época do acidente, Mikhail Gorbachev, quando o governo admitiu a ocorrência:
Cquote1.svg Boa tarde, camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na central nuclear de Chernobil. Ele afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós nos confrontámos com a força real da energia nuclear, fora de controle. Cquote2.svg

      

Cidade fantasma de Pripyat com a central nuclear de Chernobil, ao fundo

 

quinta-feira, março 11, 2021

A União Soviética escolheu o seu último líder comunista há 36 anos


Mikhail Sergueievitch Gorbachev
(Stavropol, 2 de março de 1931) é um político e estadista russo, mais conhecido por ter sido o último líder da União Soviética, entre 1985 e 1991. Durante seu governo, as suas tentativas de reforma, tanto no campo político, representadas pelo projeto Glasnost, como no campo económico, através da perestroika, conduziram ao final da Guerra Fria e, ainda que não tivessem esse objectivo, deram fim ao poderio do Partido Comunista no país, levando à dissolução da União Soviética.
Entre as principais medidas tomadas por Gorbachev, estão a campanha contra o alcoolismo, a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, após quase uma década de guerra, a anulação da condição da União Soviética como Estado socialista e a conivência com as reformas políticas neoliberais nos países do Pacto de Varsóvia, a chamada Doutrina Sinatra, que culminou com a queda do muro de Berlim, em 1989.
 
(...)
  
Com a morte de Konstantin Chernenko, Mikhail Gorbachev é eleito o novo líder da União Soviética, a 11 de março de 1985.
No posto, inaugura diversas reformas e campanhas, que a longo prazo conduziriam o país a uma economia de mercado, ao fim do monopólio do poder central do PCUS e, posteriormente, à desintegração da União Soviética.

Mais socialismo significa mais democracia, transparência e coletivismo na vida quotidiana.

 Mikhail Gorbachev
  
Uma de suas primeiras atividades políticas foi a contraditória campanha contra o alcoolismo, inaugurada em 1985, que levou a um aumento de 45% nos preços das bebidas alcoólicas, e consequentemente a uma redução na produção de álcool e vinhos e à escassez de açúcar nos mercados, por causa da produção clandestina de bebidas alcoólicas. Por outro lado, a sociedade teve um aumento na expetativa de vida e uma considerável redução no número de crimes cometido sob efeito do álcool.
Em 1986, Gorbachev teria de lidar com o acidente nuclear de Chernobil, após a explosão do reator da central da cidade, localizada na Ucrânia, que provocou uma onda de radiação por toda a Europa.

quarta-feira, agosto 19, 2020

Há 29 anos os comunistas ortodoxos soviéticos jogaram a sua última cartada

Tanques na Praça Vermelha, em agosto de 1991
    
A tentativa de golpe na União Soviética, também conhecido como o golpe de agosto ou o Putsch de Moscovo é o nome de uma tentativa de golpe de Estado ocorrida num período de três dias, entre 19 e 21 de agosto de 1991, na União Soviética, feito por um grupo da "linha dura" no seio do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), que depuseram, brevemente, o líder estabelecido, Mikhail Gorbachev, e tentaram tomar o controle do país.
Os autores do golpe de Estado foram comunistas conservadores que acreditavam que o programa de reformas de Gorbachev estava indo longe demais e que o novo Tratado da União, que chegou a ser negociado, imediatamente dispersava o demasiado poder por parte do Governo Central para as repúblicas componentes da URSS. O golpe de Estado falhou em três dias e Gorbachev regressou ao poder. Ainda assim, os acontecimentos prejudicaram a legitimidade do PCUS, contribuindo para o colapso e desaparecimento da União Soviética.
    
(...)
   
Em 19 de agosto de 1991, um dia antes de Gorbachev e um grupo de dirigentes das Repúblicas assinarem o novo Tratado da União, um grupo chamado Comité Estatal para o Estado de Emergência tentou tomar o poder em Moscovo. Anunciou-se que Gorbachev estava doente e tinha sido afastado de seu posto como presidente. Gorbachev fora de férias para a Crimeia quando a tomada do poder foi desencadeada e lá permaneceu durante todo o seu curso. O vice-presidente da União Soviética, Gennady Yanaiev, foi nomeado presidente interino. A comissão de 8 membros, incluía o chefe do KGB, Vladimir Krioutchkov, e o Ministro das Relações Exteriores, Boris Pugo, o ministro da Defesa, Dmitri Iazov, todos os que concordaram em trabalhar sob Gorbachev.
Manifestações importantes contra líderes do golpe de Estado ocorreram em Moscovo e Leninegrado, lealdades divididas nos ministérios da Defesa e Segurança impediam as forças armadas de vir para superar a resistência que o Presidente da Rússia, Boris Yeltsin, dirigia desde a Câmara Branca, o parlamento russo. Um assalto do edifício foi preparado pelo Grupo Alfa das Forças Especiais da KGB, mas depois as tropas foram recusando-se unanimemente a obedecer. Durante uma das manifestações, Yeltsin permaneceu de pé, num tanque, para condenar a "Junta". A imagem disseminada pelo mundo foi à televisão, torna-se um dos mais importantes do golpe de Estado e reforça fortemente a posição de Ieltsin. Ocorrem confrontos nas redondezas das ruas que conduziram ao assassinato de três protestantes, Vladimir Ousov, Dmitri Komar e Ilia Krichevski, esmagados por um tanque, mas, em geral, houve poucos casos de violência. Em 21 de agosto de 1991, a grande maioria das tropas que foram enviadas para Moscovo coloca-se abertamente ao lado dos manifestantes ou são desertores. O golpe falhou e Gorbachev, que tinha estado preso na sua dacha na Crimeia, regressou a Moscovo.
     

domingo, abril 26, 2020

O acidente nuclear de Chernobil foi há 34 anos

Cidade fantasma de Pripyat com a central nuclear de Chernobil, ao fundo
      
O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Central Nuclear de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Ilyich Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a libertação de 400 vezes mais radioatividade do que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e migração de aproximadamente 200 mil pessoas.
Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo a sua expansão durante muitos anos, e forçando o governo soviético a ter menos secretismo. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por cancro, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com cancro de tiróide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente. O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.
O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi detectada em outros países. Veja-se o início do comunicado do líder da União Soviética, na época do acidente, Mikhail Gorbachev, quando o governo admitiu a ocorrência:
Cquote1.svg Boa tarde, camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na central nuclear de Chernobil. Ele afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós nos confrontámos com a força real da energia nuclear, fora de controle. Cquote2.svg
     
  

quarta-feira, março 11, 2020

A União Soviética escolheu o seu último líder comunista há 35 anos

   
Mikhail Sergueievitch Gorbachev (Stavropol, 2 de março de 1931) é um político e estadista russo, mais conhecido por ter sido o último líder da União Soviética, entre 1985 e 1991. Durante seu governo, as suas tentativas de reforma, tanto no campo político, representadas pelo projeto Glasnost, como no campo económico, através da perestroika, conduziram ao término da Guerra Fria e, ainda que não tivessem esse objectivo, deram fim ao poderio do Partido Comunista no país, levando à dissolução da União Soviética.
Entre as principais medidas tomadas por Gorbachev, estão a campanha contra o alcoolismo, a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, após quase uma década de guerra, a anulação da condição da União Soviética como Estado socialista e a conivência com as reformas políticas neoliberais nos países do Pacto de Varsóvia, a chamada Doutrina Sinatra, que culminou com a queda do muro de Berlim, em 1989.
 
(...)
  
Com a morte de Konstantin Chernenko, Mikhail Gorbachev é eleito o novo líder da União Soviética, a 11 de março de 1985.
No posto, inaugura diversas reformas e campanhas, que a longo prazo conduziriam o país a uma economia de mercado, ao fim do monopólio do poder central do PCUS e, posteriormente, à desintegração da União Soviética.

Mais socialismo significa mais democracia, transparência e coletivismo na vida quotidiana.

 Mikhail Gorbachev

Uma de suas primeiras atividades políticas foi a contraditória campanha contra o alcoolismo, inaugurada em 1985, que levou a um aumento de 45% nos preços das bebidas alcoólicas, e consequentemente a uma redução na produção de álcool e vinhos e à escassez de açúcar nos mercados, por causa da produção clandestina de bebidas alcoólicas. Por outro lado, a sociedade teve um aumento na expetativa de vida e uma considerável redução no número de crimes cometido sob efeito do álcool.
Em 1986, Gorbachev teria de lidar com o acidente nuclear de Chernobil, após a explosão do reator da central da cidade, localizada na Ucrânia, que provocou uma onda de radiação por toda a Europa.

quinta-feira, abril 26, 2018

Chernobil foi há 32 anos

Cidade fantasma de Pripyat com a central nuclear de Chernobil, ao fundo
  
O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Central Nuclear de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Ilyich Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a libertação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e migração de aproximadamente 200 mil pessoas. Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo a sua expansão durante muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por cancro, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas, de 2005, atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças, com cancro de tiróide – e estimou que cerca de 4.000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente. O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.
O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi detectada noutros países. Veja-se o início do comunicado do líder da União Soviética, na época do acidente, Mikhail Gorbachev, quando o seu governo admitiu a ocorrência:
Cquote1.svg Boa tarde, camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na central nuclear de Chernobil. Ele afetou duramente o povo soviético e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós nos confrontámos com a força real da energia nuclear, fora de controle. Cquote2.svg
 

sexta-feira, agosto 19, 2016

Há 25 anos uma tentativa de Golpe de Estado na União Soviética começou o colapso do país...

 Boris Yeltsin em pé de um tanque a desafiar o golpe de agosto de 1991

A Tentativa de Golpe de Estado na União Soviética de 1991, também conhecida como o Golpe de Agosto, refere-se a um fracassado golpe de Estado promovido por um grupo conservador do Partido Comunista da União Soviética, entre 19 e 21 de Agosto de 1991. Nesse período, os golpistas tentaram afastar o Presidente Mikhail Gorbachev e tomar o controle do país.
Os autores do golpe acreditavam que o programa de reformas de Gorbachev estava a ir longe demais e que o novo Tratado da União, que chegou a ser negociado, descentralizava muito o poder, em benefício das repúblicas integrantes da URSS. O golpe de Estado fracassou depois de três dias, e Gorbachev voltou ao poder. Ainda assim, os acontecimentos prejudicaram a legitimidade do PCUS, contribuindo para o colapso da União Soviética.

quarta-feira, março 11, 2015

Há 30 anos a União Soviética escolheu o seu último líder comunista

Mikhail Sergueievitch Gorbachev (Stavropol2 de março de 1931) é um político e estadista russo, mais conhecido por ter sido o último líder da União Soviética, entre 1985 e 1991. Durante seu governo, as suas tentativas de reforma, tanto no campo político, representadas pelo projeto Glasnost, como no campo económico, através da perestroika, conduziram ao término da Guerra Fria e, ainda que não tivessem esse objectivo, deram fim ao poderio do Partido Comunista no país, levando à dissolução da União Soviética.
Entre as principais medidas tomadas por Gorbachev, estão a campanha contra o alcoolismo, a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, após quase uma década de guerra, a anulação da condição da União Soviética como Estado socialista e a conivência com as reformas políticas neoliberais nos países do Pacto de Varsóvia, a chamada Doutrina Sinatra, que culminou com a queda do muro de Berlim, em 1989.

(...)

Com a morte de Konstantin Chernenko, Mikhail Gorbachev é eleito o novo líder da União Soviética, a 11 de março de 1985.
No posto, inaugura diversas reformas e campanhas, que a longo prazo conduziriam o país a uma economia de mercado, ao fim do monopólio do poder central do PCUS e, posteriormente, à desintegração da União Soviética.
Cquote1.svgMais socialismo significa mais democracia, transparência e coletivismo na vida quotidiana.Cquote2.svg
— Mikhail Gorbachev
Uma de suas primeiras atividades políticas foi a contraditória campanha contra o alcoolismo, inaugurada em 1985, que levou a um aumento de 45% nos preços das bebidas alcoólicas, e consequentemente a uma redução na produção de álcool e vinhos e à escassez de açúcar nos mercados, por causa da produção clandestina de bebidas alcoólicas. Por outro lado, a sociedade teve um aumento na expetativa de vida e uma considerável redução no número de crimes cometido sob efeito do álcool.
Em 1986, Gorbachev teria de lidar com o acidente nuclear de Chernobil, após a explosão do reator da central da cidade, localizada na Ucrânia, que provocou uma onda de radiação por toda a Europa.

terça-feira, agosto 19, 2014

Há 23 anos os comunistas ortodoxos soviéticos jogaram a sua última cartada

Boris Yeltsin em pé junto de um tanque a desafiar o golpe, em agosto de 1991

A tentativa de golpe na União Soviética, também conhecido como o golpe de agosto ou o Putsch de Moscovo é o nome de uma tentativa de golpe de Estado ocorrida num período de três dias, entre 19 e 21 de agosto de 1991, na União Soviética, feito por um grupo da "linha dura" no seio do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), que depuseram, brevemente, o líder estabelecido, Mikhail Gorbachev, e tentaram tomar o controle do país.
Os autores do golpe de Estado foram comunistas conservadores que acreditavam que o programa de reformas de Gorbachev estava indo longe demais e que o novo Tratado da União, que chegou a ser negociado, imediatamente dispersava o demasiado poder por parte do Governo Central para as repúblicas componentes da URSS. O golpe de Estado falhou em três dias e Gorbachev regressou ao poder. Ainda assim, os acontecimentos prejudicaram a legitimidade do PCUS, contribuindo para o colapso e desaparecimento da União Soviética.

(...)

Em 19 de agosto de 1991, um dia antes de Gorbachev e um grupo de dirigentes das Repúblicas assinarem o novo Tratado da União, um grupo chamado Comité Estatal para o estado de emergência tentou tomar o poder em Moscovo. Anunciou-se que Gorbachev estava doente e tinha sido afastado de seu posto como presidente. Gorbachev fora de férias para a Crimeia quando a tomada do poder foi desencadeada e lá permaneceu durante todo o seu curso. O vice-presidente da União Soviética, Gennady Yanaiev, foi nomeado presidente interino. A comissão de 8 membros, incluía o chefe do KGB, Vladimir Krioutchkov, e o Ministro das Relações Exteriores, Boris Pugo, o ministro da Defesa, Dmitri Iazov, todos os que concordaram em trabalhar sob Gorbachev.
Manifestações importantes contra líderes do golpe de Estado ocorreram em Moscovo e Leningrado, lealdades divididas nos ministérios da Defesa e Segurança impediam as forças armadas de vir para superar a resistência que o Presidente da Rússia, Boris Yeltsin, dirigia desde a Câmara Branca, o parlamento russo. Um assalto do edifício foi preparado pelo Grupo Alfa das Forças Especiais da KGB, mas depois as tropas foram recusando-se unanimemente a obedecer. Durante uma das manifestações, Yeltsin permaneceu de pé em um tanque para condenar a "Junta". A imagem disseminada pelo mundo foi à televisão, torna-se um dos mais importantes do golpe de Estado e reforça fortemente a posição de Ieltsin. Ocorrem confrontos nas redondezas das ruas que conduziram ao assassinato de três protestantes, Vladimir Ousov, Dmitri Komar e Ilia Krichevski, esmagados por um tanque, mas, em geral, houve poucos casos de violência. Em 21 de agosto de 1991, a grande maioria das tropas que foram enviadas para Moscovo coloca-se abertamente ao lado dos manifestantes ou são desertores. O golpe falhou e Gorbachev, que tinha estado preso na sua dacha na Crimeia, regressou a Moscovo.