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quinta-feira, março 21, 2024

Hoje é o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial - porque o Massacre de Sharpeville foi há 64 anos...

Pintura retratando o Massacre de Sharpeville
     
No dia 21 de março de 1960, ocorreu na cidade de Sharpeville, na província de Gauteng, na África do Sul, um protesto, realizado pelo Congresso Pan-Africano (PAC). O protesto pregava contra a Lei do Passe, que obrigava os negros da África do Sul a usarem uma caderneta na qual estava escrito até onde eles podiam ir.
Cerca de vinte mil manifestantes reuniram-se em Sharpeville, uma cidade negra nos arredores de Joanesburgo, e marcharam calmamente, num protesto pacífico. A polícia sul-africana conteve o protesto com rajadas de metralhadora. Morreram 69 pessoas e cerca de 180 ficaram feridas.
Após esse dia, a opinião pública mundial focou a sua atenção pela primeira vez na questão do apartheid. No dia 21 de novembro de 1969, a ONU implementou o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, que passou a ser comemorado no dia 21 de março, a partir do ano seguinte.
       

A Namíbia é independente há 34 anos

 

Namíbia, oficialmente a República da Namíbia (em inglês: Republic of Namibia; em alemão: Republik Namibia; em africâner: Republiek van Namibië) é um país da África Austral limitado a norte por Angola e Zâmbia, a leste pelo Botswana, a sul pela África do Sul e a oeste pelo Oceano Atlântico. Embora não faça fronteira com o Zimbabwe, menos de 200 metros da fronteira com a Zâmbia e Botswana separa-os nos seus pontos mais próximos. O país obteve a independência da África do Sul em 21 de março de 1990, após a Guerra de Independência da Namíbia. A sua capital e maior cidade é Windhoek. A Namíbia é um país membro da Organização das Nações Unidas (ONU), da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), da União Africana (UA) e da Commonwealth.
O território da Namíbia foi habitado desde os tempos antigos pelos povos Khoisan, Damaras e Namaqua, com uma notável imigração de Bantos a partir do século XIV, no que ficou conhecido como Expansão Banta. A maior parte do território tornou-se um protetorado do Império Alemão em 1884, tendo permanecido como colónia alemã até o final da Primeira Guerra Mundial. Em 1920, a Liga das Nações transferiu sua administração para a África do Sul, que impôs suas leis ao novo território e, consequentemente, sua política de Apartheid a partir de 1948. O porto de Walvis Bay e as Ilhas do Pinguim, que haviam sido anexadas pela Colónia do Cabo sob a coroa britânica em 1878, tornaram-se parte integrante da nova União Sul-Africana na sua criação em 1910.
As crescentes demandas levantadas por líderes africanos levaram a ONU a assumir a responsabilidade direta sobre o território do país. Assim, a Organização do Povo do Sudoeste Africano (SWAPO) foi reconhecida como representante oficial do povo da Namíbia em 1973. A Namíbia, no entanto, permaneceu sob a administração da África do Sul durante este tempo, sendo administrada como África do Sul-Oeste. Após guerrilhas e conflitos internos, com grande participação da SWAPO, a África do Sul instalou uma administração interina na Namíbia em 1985. Cinco anos depois, em 21 de março de 1990, a Namíbia obteve a independência total da África do Sul (com exceção de Walvis Bay e as Ilhas do Pinguim, que permaneceram sob controle sul-africano até 1994, quando foram entregues à Namíbia).
Com um população de 2,1 milhões de habitantes, o país é um dos menos povoados do mundo. O seu regime político consiste numa democracia parlamentarista multipartidária, tendo Hage Geingob, da SWAPO, como presidente desde 2015. A agricultura, o turismo e a indústria mineira (minas de diamantes, urânio, ouro, prata e metais comuns) formam a base da economia da Namíbia.
  
  
in Wikipédia

segunda-feira, março 18, 2024

Frederik Willem de Klerk nasceu há 88 anos

 
Frederik Willem de Klerk
(Joanesburgo, 18 de março de 1936 - Cidade do Cabo, 11 de novembro de 2021) foi um político sul-africano que serviu como presidente da África do Sul de setembro de 1989 a maio de 1994, tendo sido o último branco a ocupar o cargo. De Klerk foi também o líder do Partido Nacional, de fevereiro de 1989 a setembro de 1997.

Nascido em Joanesburgo numa influente família africânder, de Klerk estudou na Universidade de Potchefstroom antes de começar uma carreira como advogado. Ele filiou-se no Partido Nacional, que tinha ligações com a sua família, sendo eleito para o Parlamento e foi membro do governo de P. W. Botha, servindo em vários postos ministeriais. Como ministro, ele apoiou e implementou políticas do apartheid, um sistema de segregação racial que privilegiava os sul-africanos brancos em detrimento da maioria negra. Após a renúncia do presidente Botha em 1989, de Klerk substitui-o, primeiro como líder do Partido Nacional e depois como Presidente do país. Embora observadores da época acreditassem que de Klerk continuaria com as políticas de Botha de defesa do apartheid, ele decidiu seguir ao caminho oposto e apostar na abertura política e encerrar a política estatal de segregação. Ele estava ciente da crescente animosidade e violência étnica que estava a levar a África do Sul a uma guerra civil racial. No meio dessa crise, as forças de segurança do Estado cometeram abusos generalizados de direitos humanos e encorajavam a violência entre os povos xhosa e zulu, embora de Klerk negasse que sancionava estas atitudes. Então, para apaziguar o clima tenso interno da nação, além das condenações da comunidade internacional, ele permitiu marchas e manifestações anti-apartheid, legalizou uma série de partidos políticos anti-apartheid anteriormente proibidos e libertou ativistas presos, incluindo Nelson Mandela. O presidente também desmantelou o programa nuclear sul-africano.

De Klerk negociou com Mandela o desmantelamento do governo do apartheid e estabeleceu a transição política para o sufrágio universal. Em 1993, ele formalmente pediu desculpas pelos efeitos maléficos do apartheid, mas não pelo apartheid em si. Ele supervisionou a eleição livre de 1994 onde Mandela liderou o Congresso Nacional Africano (o ANC) e levou à vitória; o Partido Nacional de Frederik de Klerk terminou em segundo lugar. De Klerk foi vice-presidente de Mandela na sua coligação, formando o Governo de Unidade Nacional. Nesta posição, ele apoiou as políticas económicas liberais do governo Mandela, mas opôs-se à instituição da Comissão de Verdade e Reconciliação que deveria investigar violações de direitos humanos na era do apartheid. De Klerk defendia amnistia completa. A sua relação de trabalho com Mandela era tensa, embora mais tarde ele falasse positivamente dele. Em maio de 1996, após o Partido Nacional se opor à nova constituição do país, de Klerk retirou-se da coligação de governo; o partido desfez-se no ano seguinte e reapareceu como o "Novo Partido Nacional". Em 1997, ele retirou-se da política ativa e, a partir daí, lecionou internacionalmente.

De Klerk foi uma figura controversa. Ele recebeu vários prémios, incluindo um Nobel da Paz, ganhando muitos elogios por desmantelar o apartheid e trazer o sufrágio universal para a África do Sul. Por outro lado, ativistas anti-apartheid criticaram-no por oferecer apenas um pedido de desculpas básico pelo regime repressivo e por ignorar os abusos de direitos humanos pelas forças de segurança do Estado. Enquanto isso, membros da extrema-direita sul-africana e supremacistas brancos acusaram-no de traição, por abandonar o apartheid.

Em 19 de março de 2021, foi anunciado que De Klerk sofria com mesotelioma, um tipo de cancro. Alguns meses depois, em 11 de novembro, ele faleceu em sua casa na Cidade do Cabo, enquanto dormia, aos 85 anos de idade.

  

domingo, março 17, 2024

O referendo que acabou com o apartheid na África do Sul foi há 32 anos


 

 

Election results
Yes or no Votes Percentage
Yes check.svg Yes 1,924,186 68.73%
X mark.svg No 875,619 31.27%
Valid votes 2,799,805 99.82%
Invalid or blank votes 5,142 0.18%
Total votes 2,804,947 100.00%
Voter turnout 85.08%
Electorate 3,296,800

   

Results by region
 
 
The 1992 referendum was held in South Africa on 17 March of that year. In it, white South Africans were asked to vote in the country's last whites-only referendum to determine whether or not they supported the negotiated reforms begun by State President F.W. de Klerk two years earlier, in which he proposed to end the apartheid that had been started in 1948. The result of the election was a large victory for the "yes" side, which ultimately resulted in apartheid being lifted.
  

segunda-feira, março 04, 2024

Miriam Makeba nasceu há noventa e dois anos...

 
Zenzile Miriam Makeba
(Joanesburgo, 4 de março de 1932 - Castel Volturno, 10 de novembro de 2008) foi uma cantora sul-africana também conhecida como "Mama África" e grande ativista pelos direitos humanos e contra o apartheid na sua terra natal.
A cantora começou a carreira em grupos vocais nos anos 50, interpretando uma mistura de blues americanos e ritmos tradicionais da África do Sul. No final da década, apesar de vender bastante discos no país, recebia muito pouco pelas gravações e nem um cêntimo de royalties, o que lhe despertou a vontade de emigrar para os Estados Unidos a fim de poder viver profissionalmente como cantora.
O seu momento decisivo aconteceu em 1960, quando participou no documentário antiapartheid Come Back, África, a cuja apresentação compareceu, no Festival de Veneza daquele ano. A receção que teve na Europa e as condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que Miriam resolvesse não regressar ao país, o que causou a anulação do seu passaporte sul-africano.
Foi então para Londres, onde se encontrou com o cantor e ator negro norte-americano Harry Belafonte, no auge do sucesso e prestígio e que seria o responsável pela entrada de Miriam no mercado americano. Através de Belafonte, também um grande ativista pelos direitos civis nos Estados Unidos, Miriam gravou vários discos de grande popularidade naquele país. A sua canção Pata Pata tornou-se um enorme sucesso mundial. Em 1966, os dois ganharam o Prémio Grammy na categoria de música folk, pelo disco An Evening with Belafonte/Makeba.
Em 1963, depois de um testemunho veemente sobre as condições dos negros na África do Sul, perante o Comité das Nações Unidas contra o apartheid, os seus discos foram banidos do país pelo governo racista; o seu direito de regresso ao lar e a sua nacionalidade sul-africana foram retirados, tornando-se apátrida.
Os problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o ativista político Stokely Carmichael, um dos idealizadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, levando ao cancelamento dos seus contratos de gravação e das suas digressões artísticas. Por este motivo, o casal mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do presidente Ahmed Sékou Touré. Nos anos 80, Makeba chegou a servir como delegada da Guiné junto da ONU, que lhe atribuiu o Prémio da Paz Dag Hammarskjöld. Separada de Carmichael em 1973, continuou a vender discos e a fazer espetáculos em África, América do Sul e Europa.
Em 1975, participou nas cerimónias da independência de Moçambique, onde lançou a canção "A Luta Continua" (slogan da Frelimo), apreciada até aos nossos dias.
A morte da sua única filha, em 1985, levou-a a mudar-se para a Bélgica, onde se estabeleceu. Dois anos depois, voltaria triunfalmente ao mercado norte-americano, participando no disco de Paul Simon Graceland e na digressão que se lhe seguiu.
Com o fim do apartheid e a revogação das respetivas leis, Miriam Makeba regressou finalmente à sua pátria em meados dos anos 90, a pedido do presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente à chegada. Na África do Sul, participou em dois filmes de sucesso sobre a época do apartheid e do levantamento de Soweto, ocorrido em 1976.
Agraciada em 2001 com a Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn, outorgada pela Associação da Alemanha nas Nações Unidas "por relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial", Miriam continuou a fazer shows em todo mundo e anunciou uma digressão de despedida, com dezoito meses de duração.
Em 9 de novembro de 2008, apresentou-se num concerto a favor de Roberto Saviano, em Castel Volturno (Itália). No palco, sofreu um ataque cardíaco e morreu no hospital, na madrugada do dia 10 de novembro.
       
   

 


Saudades de Mama Africa...

quarta-feira, fevereiro 14, 2024

A modelo Reeva Steenkamp foi assassinada há 11 anos...

    
Reeva Steenkamp (Cidade do Cabo, 19 de agosto de 198314 de fevereiro de 2013) foi uma modelo sul-africana.
  
Biografia
Reeva nasceu e cresceu num subúrbio da Cidade do Cabo. Ela mudou, com os pais, Barry e June, para Port Elizabeth, ainda na infância. Estudou na St Dominic's Priory School e, mais tarde, fez o curso de Direito na Universidade Metropolitana Nelson Mandela (NMMU), onde se formou em 2005.
 
Morte
A modelo foi encontrada morta na manhã do dia 14 de fevereiro de 2013. Ela namorava há cerca de meio ano com o famoso atleta paralímpico Oscar Pistorius, que foi o único acusado do crime. Pistorius afirmou ter confundido a namorada com um ladrão. Este foi detido, por suspeita de matar a sua namorada, Reeva Steenkamp com quatro tiros.
Em 12 de setembro de 2014, Oscar Pistorius foi considerado culpado de homicídio negligente/culposo da morte da namorada. O atleta sul-africano incorria numa pena de prisão que poderia chegar aos 15 anos.
Em 21 de outubro de 2014, Pistorius foi condenado a 5 anos de prisão pelo assassinato. A sentença foi dada pela juíza Thokozile Masipa, num tribunal da cidade de Pretória, África do Sul.
O Supremo anulou a sentença da primeira instância ao considerar que houve intenção de matar, sabendo ou não quem estava do outro lado da porta da casa de banho, e declarou o atleta culpado de homicídio voluntário.
Pistorius foi condenado a seis anos de prisão, em 6 de julho de 2016. No dia 24 de novembro de 2017 a justiça sul-africana aceitou o recurso da promotoria, aumentando a pena para 13 anos e 5 meses, com possibilidade de ser libertado em 2023, o que aconteceu a 5 de janeiro de 2024.
 
Carreira

Após a universidade Reeva trabalhou como técnica jurídica e modelo. Ela aplicou-se nos estudos e esperava estar qualificada para advogar aos 30 anos.

Como modelo, Reeva foi o primeiro rosto dos cosméticos Avon no seu país, o que a tornou muito familiar para os seus compatriotas. Foi também capa da revista masculina FHM, e foi eleita pela mesma revista 40ª mulher mais sexy do mundo. Ela interpretou pequenos papéis na televisão sul-africana e preparava-se para ser apresentadora de TV.
    

domingo, fevereiro 11, 2024

Nelson Mandela foi libertado há trinta e quatro anos...!

(imagem daqui)
      
Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de julho de 1918 - Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013) foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra,  vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1993 e Pai da Pátria da moderna nação sul-africana.
    
      
(...)
   
Mandela e de Klerk: os adversários cumprimentam-se
     
Em 11 de fevereiro de 1990 Mandela finalmente é solto. Uma multidão aclama-o, respondendo quando no gesto de luta ergue o punho fechado. Tem fim o longo cárcere, e ele iria depois registar o momento: "Quando me vi no meio da multidão, alcei o punho direito e estalou um clamor. Não havia podido fazer isso desde há vinte e sete anos, e me invadiu uma sensação de alegria e de força."
Os passos de Mandela ao sair da prisão de Victor Vester, atualmente renomeada para Drakenstein, foram perpetuados na sua entrada, com uma estátua em bronze de 3 metros de altura em que o líder aparece com o braço direito erguido e o punho fechado, inaugurada em 2008.
Nos encontros públicos que então realizaram mais tarde Mandela gritava "Amandla!" ("Poder!), ao que a multidão respondia - "Awethu!" ("Para o povo!"); mas os seus discursos não eram tão inflamados, e sim conciliadores, para a deceção dos setores mais radicais.
As inovações que encontrou fora da prisão foram-lhe um choque; ao ter sido preso, em 1958, não havia sequer televisão no país; ficou surpreso por ser possível usar o telefone dentro de um avião - tinha que enfrentar um ritmo de vida que não conhecia.
A 22 de abril de 1991 foi agraciado, por Portugal, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Em julho de 1991 é eleito presidente do ANC, e passa a empreender viagens a vários países (inclusive ao Brasil), mostrando-se desde então um verdadeiro estadista.
Em julho de 1992 um referendo entre os brancos dá ao governo, com mais de 68% de votos, o aval para as reformas e permitem a realização de uma futura constituinte.
    

domingo, fevereiro 04, 2024

O paleontropólogo Raymond Dart nasceu há 131 anos

      
Raymond Dart (Brisbane, Queensland, 4 de fevereiro de 1893 - Joanesburgo, 22 de novembro de 1988) foi um anatomista e antropologista australiano que descreveu, em 1924 uma nova espécie de hominídeo, o Australopithecus africanus, a partir dum crânio fóssil encontrado em Taung, na Bechuanalândia (antigo nome do atual Botswana).
Nascido em Toowong, Brisbane, na Austrália, ele estudou nas universidades de Queensland, Sydney e no University College de Londres. Em 1922 Dart foi nomeado chefe do novo departamento de anatomia da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo, na África do Sul.
Em 1924, um aluno trouxe-lhe o crânio fossilizado de um babuíno descoberto numa pedreira perto da Universidade, em Taung. Isto despertou o interesse de Dart que solicitou que novas descobertas similares lhe fossem trazidas. A primeira a chegar foi o rosto e um maxilar de um crânio fossilizado cravado na rocha. Inicialmente pensou que os ossos pertencessem a um símio mas depois concluiu que os dentes e o maxilar pareciam humanos. Dart demorou 73 dias a remover os ossos incrustados na rocha. Um exame mais minucioso levou-o a concluir que se tratava de um jovem. Dart atribuiu ao fóssil o nome Australopithecus africanus, que significa "macaco do Sul da África" e alcunhou-o de "rapaz de Taung".
Embora o crânio tivesse o tamanho do de um macaco, Dart estava convencido, pela forma como este assentava sobre a coluna vertebral, que a criatura deveria ter caminhado sobre duas pernas, sendo assim um hominídeo. Portanto, Dart considerou o Australopithecus africanus uma espécie nova e, possivelmente o "elo perdido" da evolução entre os símios e os seres humanos, devido ao pequeno volume do seu crânio, mas com uma dentição relativamente próxima dos humanos e por ter provavelmente uma postura vertical.
Esta revelação foi muito criticada pelos cientistas da época, entre os quais Sir Arthur Keith, que postulava que o “crânio infantil de Taung” não passava do crânio de um pequeno gorila. Como o crânio era realmente dum jovem, havia espaço para várias interpretações e, mais importante, nessa altura não se acreditava que o "berço da humanidade" pudesse estar em África.
As descobertas de Robert Broom em Swartkrans, na década de 30, corroboraram a conclusão de Dart, mas algumas das suas ideias continuam a ser contestadas, nomeadamente a de que os ossos de gazela encontrados junto com o crânio podiam ser instrumentos daquela espécie.
Raymond Dart continuou como diretor da Escola de Anatomia da Universide de Witwatersrand, até 1958 e, em 1959 escreveu a suas memórias, a que chamou “Aventuras com o Elo Perdido”. O Instituto para o Estudo do Homem em África foi fundado na Wits em sua honra.
        
Bebé de Taung
        

sexta-feira, janeiro 26, 2024

O diamante Cullinan foi descoberto há 119 anos

Os nove maiores fragmentos do Cullinan, depois de dividido
    
O Diamante Cullinan foi descoberto em 26 de janeiro de 1905 por Frederick Wells, gerente da área de mineração, na mina Premier, África do Sul. Foi o maior diamante já encontrado e pesava cerca de 3.106 quilates (aproximadamente 621 gramas). Recebeu esse nome em homenagem a Thomas Cullinan, o dono da mina.
  
    
A pedra foi vendida ao governo do Transvaal, que a deu de presente ao rei Eduardo VII. A lapidação da pedra coube à companhia Asscher, de Amesterdão, que, posteriormente, a dividiu em onze grandes gemas e outros fragmentos.
A maior gema é chamada de Cullinan I ou Grande Estrela da África, que possuí 530.2 quilates (106.04 g), foi o maior diamante lapidado do mundo até 1985 quando foi descoberto o diamante Jubileu Dourado, também na mina Primier. O Cullinan I foi montado num cetro e a segunda maior gema, Cullinan II ou Pequena Estrela da África, com 317.4 quilates (63.48 g), terceiro maior diamante lapidado do mundo, foi colocado na coroa imperial. Ambas as gemas estão expostas na Torre de Londres e fazem parte das joias da coroa britânica.
        
As nove maiores gemas: no topo: Cullinan II, I, e III; em baixo: Cullinan VIII, VI, IV, V, VII e IX
   
 
 
Queen Mary wearing Cullinans I and II as a brooch on her chest, III as a pendant on the Coronation Necklace, and IV in the base of her crown, below the Koh-i-Noor

terça-feira, janeiro 09, 2024

Dave Matthews comemora hoje 57 anos

  
David John Matthews
(Joanesburgo, 9 de janeiro de 1967) é um músico sul-africano. É o vocalista, compositor e guitarrista da banda Dave Matthews Band. David também trabalhou como artista a solo e com outros músicos como Tim Reynolds, The Blue Man Group e Trey Anastasio. David recebeu o prémio do Grammy Award de melhor cantor-compositor. Também trabalhou ocasionalmente como ator, aparecendo em filmes de destaque. 
   

 


segunda-feira, dezembro 18, 2023

Steve Biko nasceu há 77 anos...

      
Stephen Bantu Biko
(Ginsberg Township, 18 de dezembro de 1946 - Pretoria, 12 de setembro de 1977) foi um ativista anti-apartheid da África do Sul na década de 60 e 70.

Líder estudantil, fundou o Movimento da Consciência Negra (Black Consciousness Movement), que capacitava e mobilizava grande parte da população negra urbana. Desde a sua morte, sob custódia da polícia, ele foi chamado de mártir do movimento anti-apartheid. Enquanto vivia, os seus textos e ativismo tentou capacitar as pessoas negras, e era famoso pelo seu slogan "Black is beautiful", que o próprio descreveu como: "você está bem como você é, comece a olhar para si mesmo como um ser humano".
Embora Biko nunca tenha sido membro do Congresso Nacional Africano (ANC), foi incluído no panteão dos heróis de luta, com a utilização de sua imagem para cartazes de campanha nas primeiras eleições não-raciais da África do Sul em 1994. Nelson Mandela disse a respeito de Biko: "Tiveram que matá-lo para prolongar o apartheid".
    
 

domingo, dezembro 10, 2023

O Estatuto de Westminster foi aprovado há 92 anos

(imagem daqui)
    
O Estatuto de Westminster, assinado em 11 de dezembro de 1931, foi uma emenda do Parlamento do Reino Unido que estabeleceu o status de iguais entre os diferentes domínios independentes do Império Britânico e do Reino Unido. Este estatuto deu aos países, ex-colónias inglesas, Austrália, Canadá, África do Sul e Nova Zelândia, total independência política.
Anteriormente ao tratado, o papel do Ministério do Exterior dos três países era desempenhado pelo Reino Unido, motivo pela qual os três países entraram automaticamente na Primeira Guerra Mundial.
   

terça-feira, dezembro 05, 2023

Música adequada à data...

 

Free Nelson Mandela - The Specials 


Free Nelson Mandela
Free free
Free free free Nelson Mandela

Free Nelson Mandela

21 years in captivity
Shoes too small to fit his feet
His body abused, but his mind is still free
You're so blind that you cannot see

Free Nelson Mandela

Visited the causes at the AMC
Only one man in a large army
You're so blind that you cannot see
You're so deaf that you cannot hear him

Free Nelson Mandela

21 tears in captivity
You're so blind that you cannot see
You're so deaf that you cannot hear him
You're so dumb that you cannot speak

Free Nelson Mandela

 

Mandela morreu há dez anos...


Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de julho de 1918 - Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013) foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana, onde é normalmente referido como Madiba (nome do seu clã) ou Tata ('Pai').
   

domingo, dezembro 03, 2023

Um humano recebeu o coração de outro há 56 anos

     
Christian Neethling Barnard (Beaufort West, África do Sul, 8 de novembro de 1922 - Pafos, Chipre, 2 de setembro de 2001) foi um cirurgião sul-africano, o primeiro a realizar um transplante de coração no mundo.
Foi um estudante tranquilo e extremamente dedicado na Escola de Medicina da Universidade da Cidade do Cabo, no início da década de 40. Esteve nos Estados Unidos, onde assistiu um dos melhores cardiologistas da América, Walton Lilliehei. Na década de 60 realizou várias experiências com cães, até que outro cirurgião americano, Walter Shumway, anunciou a sua intenção de fazer um transplante de coração humano. Barnard adiantou-se e, em 3 de dezembro de 1967, realizou a primeira operação do género. O paciente (Louis Washkansky) morreu em poucos dias, mas o do segundo transplante viveu 594 dias após a operação. Barnard ainda fez outros transplantes mas, com artrite reumatóide, foi obrigado a interromper a carreira. 
 

sexta-feira, novembro 10, 2023

Música adequada à data...

Saudades de Mama África...

Miriam Makeba morreu há quinze anos...

 
Zenzile Miriam Makeba
(Joanesburgo, 4 de março de 1932 - Castel Volturno, 10 de novembro de 2008) foi uma cantora sul-africana também conhecida como "Mama África" e grande ativista pelos direitos humanos e contra o apartheid na sua terra natal.
A cantora começou a carreira em grupos vocais nos anos 50, interpretando uma mistura de blues americanos e ritmos tradicionais da África do Sul. No final da década, apesar de vender bastante discos no país, recebia muito pouco pelas gravações e nem um cêntimo de royalties, o que lhe despertou a vontade de emigrar para os Estados Unidos a fim de poder viver profissionalmente como cantora.
O seu momento decisivo aconteceu em 1960, quando participou no documentário antiapartheid Come Back, África, a cuja apresentação compareceu, no Festival de Veneza daquele ano. A receção que teve na Europa e as condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que Miriam resolvesse não regressar ao país, o que causou a anulação do seu passaporte sul-africano.
Foi então para Londres, onde se encontrou com o cantor e ator negro norte-americano Harry Belafonte, no auge do sucesso e prestígio e que seria o responsável pela entrada de Miriam no mercado americano. Através de Belafonte, também um grande ativista pelos direitos civis nos Estados Unidos, Miriam gravou vários discos de grande popularidade naquele país. A sua canção Pata Pata tornou-se um enorme sucesso mundial. Em 1966, os dois ganharam o Prémio Grammy na categoria de música folk, pelo disco An Evening with Belafonte/Makeba.
Em 1963, depois de um testemunho veemente sobre as condições dos negros na África do Sul, perante o Comité das Nações Unidas contra o apartheid, os seus discos foram banidos do país pelo governo racista; o seu direito de regresso ao lar e a sua nacionalidade sul-africana foram retirados, tornando-se apátrida.
Os problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o ativista político Stokely Carmichael, um dos idealizadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, levando ao cancelamento dos seus contratos de gravação e das suas digressões artísticas. Por este motivo, o casal mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do presidente Ahmed Sékou Touré. Nos anos 80, Makeba chegou a servir como delegada da Guiné junto da ONU, que lhe atribuiu o Prémio da Paz Dag Hammarskjöld. Separada de Carmichael em 1973, continuou a vender discos e a fazer espetáculos em África, América do Sul e Europa.
Em 1975, participou nas cerimónias da independência de Moçambique, onde lançou a canção "A Luta Continua" (slogan da Frelimo), apreciada até aos nossos dias.
A morte da sua única filha, em 1985, levou-a a mudar-se para a Bélgica, onde se estabeleceu. Dois anos depois, voltaria triunfalmente ao mercado norte-americano, participando no disco de Paul Simon Graceland e na digressão que se lhe seguiu.
Com o fim do apartheid e a revogação das respetivas leis, Miriam Makeba regressou finalmente à sua pátria em meados dos anos 90, a pedido do presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente à chegada. Na África do Sul, participou em dois filmes de sucesso sobre a época do apartheid e do levantamento de Soweto, ocorrido em 1976.
Agraciada em 2001 com a Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn, outorgada pela Associação da Alemanha nas Nações Unidas "por relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial", Miriam continuou a fazer shows em todo mundo e anunciou uma digressão de despedida, com dezoito meses de duração.
Em 9 de novembro de 2008, apresentou-se num concerto a favor de Roberto Saviano, em Castel Volturno (Itália). No palco, sofreu um ataque cardíaco e morreu no hospital, na madrugada do dia 10 de novembro.